Morre Alberto Setzer, pioneiro no monitoramento de queimadas no Brasil

Alberto Setzer
Ascom / Ibama

Setzer liderou os primeiros projetos de monitoramento de incêndios e queimadas no Brasil, tornando-se uma referência, e atuou no INPE por mais de 46 anos.

“Durante mais de três décadas [Alberto] Setzer foi o jardineiro fiel das queimadas, mantendo o monitoramento por satélite do fogo e permitindo ao país entender o que estava acontecendo na Amazônia mesmo quando o INPE ficou sem recursos para os cálculos de desmatamento. Se hoje nós falamos em desmatamento zero, isso se deve em enorme medida ao trabalho metódico e incansável do pesquisador.”

A fala de Claudio Angelo, coordenador de Comunicação e Política Climática do Observatório do Clima, dá a dimensão de Setzer para a área ambiental no Brasil e no mundo. Seu trabalho foi determinante para a história da política ambiental no país e para o estudo do fogo no planeta, destaca ((o))eco.

Setzer morreu na 6ª feira (8/9), em São Paulo, após sofrer um infarto. Ele liderou os primeiros projetos de monitoramento de incêndios e queimadas no Brasil e atuou no INPE por mais de 46 anos. Ele era uma referência nesses estudos e coordenava o setor de Ciências da Terra do instituto, explica o g1.

Setzer era graduado em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia Mauá (1973), mestre em Engenharia Ambiental pelo Technion Institute of Technology (1977), de Israel, doutor em Engenharia Ambiental pela Purdue University Indiana/USA (1982) e pós-doutorado no Joint Research Center/EEC, da Itália (1993).

Alberto Waingort Setzer iniciou sua carreira no INPE em 1977 como pesquisador, no setor de Meteorologia, com pesquisas sobre a dispersão de poluentes na atmosfera, e o uso de imagens de satélites para o desenvolvimento de sistemas avançados de detecção e previsão nos temas de monitoramento de queimadas com imagens de satélites, risco de fogo da vegetação, e meteorologia Antártica, detalha o g1.

A morte de Alberto Setzer deixa um sentimento de pesar na comunidade científica brasileira e em todos aqueles engajados em proteção e conservação, reforça o IPAM. “O Brasil perde um grande cientista e realizador. Se hoje temos um portal de excelência com dados diários sobre fogo, isso se deve ao Setzer, pai do monitoramento de fogo”, declarou Ane Alencar, diretora de Ciência do instituto.

Metrópoles e Band também repercutiram a morte de Alberto Setzer.

 

ClimaInfo, 11 de setembro de 2023.

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