Petrobras dá entrada em licenciamento de 23 GW em eólicas offshore

Petrobras eólicas
Pedro Lovisi / Folhapress

Petroleira tenta correr atrás do tempo perdido e quer até mesmo investir em parques eólicos onshore. Mas as usinas no mar ainda não têm regulamentação.

A Petrobras anunciou que protocolou no IBAMA pedido para dar início ao processo de licenciamento ambiental de dez áreas na costa brasileira destinadas ao desenvolvimento de usinas eólicas offshore. Somados, os projetos totalizam uma capacidade instalada de 23 GW.

O montante se soma à participação da estatal na parceria 50-50% com a norueguesa Equinor, que soma 14 GW. Com isso, os projetos que a Petrobras quer instalar na costa brasileira, sozinha ou em parceria, chegam a 30 GW, explica o Valor.

Das dez áreas, sete ficam no litoral do Nordeste – três no Rio Grande do Norte, três no Ceará e uma no Maranhão. As outras estão na costa do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro, segundo a Folha.

A epbr destaca que o registro dos projetos no IBAMA não garante preferência sobre as áreas. Afinal, a regulamentação das eólicas offshore ainda está em discussão no Congresso – o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse esperar que o marco saia ainda este ano.

Além disso, em relação ao resultado do licenciamento, ainda não se sabe como se dará. Afinal, os impactos sociais e ambientais desses projetos, sobretudo se instalados próximos a comunidades costeiras, costumam ser subdimensionados pelos empreendedores.

Como a operação das eólicas offshore ainda está muito distante, a Petrobras tenta correr atrás do tempo perdido em seus planos de transição energética – que ninguém sabe direito quais são. O diretor de Transição Energética da petroleira, Mauricio Tolmasquim, disse que há várias negociações envolvendo projetos de fontes renováveis já operacionais, incluindo eólicas onshore, destacam Valor e epbr. Também estuda investimentos conjuntos em futuros projetos. Mas tudo ainda está em sigilo, segundo Tolmasquim.

CNN, InfoMoney, Valor, Exame, Estadão, Capital Reset, Poder 360 e Terra noticiaram o pedido de licenciamento de eólicas offshore da Petrobras.

Em tempo: Semana passada, a Petrobras anunciou com pompa e circunstância a compra de créditos de carbono do projeto Envira Amazônia, como parte da estratégia de descarbonização da petroleira. No entanto, segundo a Folha, a companhia comprou créditos de um projeto onde houve desmatamento de floresta nativa e com uma base de dados sobre desmatamento considerada “não plausível”. Além disso, o Envira Amazônia teve negada a renovação do projeto pela empresa que certifica iniciativas de crédito de carbono. O documento da Verra que nega a renovação é de 23 de maio de 2023 – portanto, três meses e meio antes do anúncio da Petrobras ao mercado sobre a compra dos créditos.

 

ClimaInfo, 15 de setembro de 2023.

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