Embora muito qualificadas, essas mulheres nem sempre têm a chance de serem ouvidas pela imprensa profissional na cobertura climática e ambiental, que majoritariamente entrevista homens, principalmente brancos
Georgi York (ela/dela) preparou uma lista de porta-vozes de diversas geografias e que têm o ativismo climático como marca.
Na lista abaixo, um grupo de brasileiras que pode qualificar sua cobertura sobre mudanças climáticas:
- Txai Suruí – coordenadora do Movimento da Juventude Indígena, ela foi designada ainda na infância para ser uma defensora das causas do povo Suruí, tendo sido a primeira de sua comunidade a estudar temas jurídicos, quando ingressou na Faculdade de Direito da Unir (Universidade Federal de Rondônia);
- Sinéia do Vale Wapichana – Líder indígena da Serra da Lua (RR), tem um amplo repertório de pesquisas científicas sobre as lutas dos povos originários e visão deles sobre o combate às mudanças climáticas. É integrante do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas da APIB (Articulação os Povos Indígenas do Brasil);
- Selma Dealdina – Secretária-executiva da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) a líder quilombola do Espírito Santo é uma das principais vozes do movimento negro brasileiro sobre as implicações dos impactos ambientais e climáticos para as Comunidades Tradicionais negras;
- Paloma Costa – Conselheira do secretário-geral da ONU, António Guterres, no tema das Mudanças Climáticas, a advogada do Distrito Federal tem forte atuação no movimento climático brasileiro, em organizações que incluem o Instituto Socioambiental e Engajamundo;
- Karina Penha – Fellow da rede Exchange Alumni de líderes globais do Departamento Americano de Estado, a bióloga maranhense é coordenadora de mobilização da campanha “Amazônia de Pé” da ong NOSSAS, e participa de ações em diferentes frentes ativistas pelo clima, incluindo as áreas de moda, religião e educação;
- Edel Moraes – Ativista desde a adolescência, a pesquisadora paraense é também uma referência nos estudos sobre desenvolvimento sustentável e comunidades extrativistas amazônidas. Foi designada este ano para dirigir a Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério de Meio Ambiente (para este contato, converse diretamente com a assessoria de imprensa do MMA);
- Ane Alencar – A geógrafa paraense é diretora de Ciência do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e especialista na relação entre as mudanças climáticas, o desmatamento e o aumento dos incêndios florestais na Amazônia;
- Brenda Brito – A jurista paraense é pesquisadora associada do Imazon e uma especialista de referência em legislação ambiental, principalmente nos temas de criação de políticas socioambientais e fundiárias;
- Ana Sanches – Com origem no Litoral Norte paulista, a assessora do Instituto Polis é pesquisadora de temas que envolvem o racismo ambiental e a justiça climática, além de ativista antirracista do movimento Quilombação;
- Adriana Ramos – Coordenadora do Programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental, a comunicadora carioca tem ampla experiência na articulação da sociedade civil em temas climáticos e ambientais, incluindo passagens pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) e pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia.
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ClimaInfo, 8 de março de 2023.
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