Depois de “chuvas milagrosas”, Califórnia tem reservatórios com água além da capacidade

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David Paul Morris/Bloomberg

Estado propenso à seca começou o seu novo ano hídrico em 1º de outubro com abastecimento em muito melhor estado do que no outono passado.

Os reservatórios da Califórnia estão cheios devido às fortes chuvas e neve do inverno passado, e o El Niño traz a possibilidade de uma segunda estação chuvosa forte consecutiva, disseram autoridades estaduais e federais. Os reservatórios do estado administrados pelo Bureau of Reclamation dos EUA têm atualmente mais que o dobro da água da média histórica para a data.

As autoridades estaduais mediram 85,2 centímetros de precipitação até o final de setembro, segundo a AP. É uma reviravolta bem-vinda após anos de escassas precipitações de inverno, que deixaram muitas bacias cercadas por anéis de terra seca e desencadearam esforços de conservação em todo o estado mais populoso do país, relata a Bloomberg.

O ano passado foi o sexto mais chuvoso já registrado no estado, informa a CBS. A camada de neve de Sierra Nevada atingiu mais de 200% de sua média histórica em abril – foi apenas a quarta vez que isso aconteceu desde 1950, de acordo com dados do Departamento de Recursos Hídricos californiano.

Os reservatórios foram ajudados por uma série de nove fortes tempestades que atingiram a Califórnia durante o inverno. Essas tempestades trouxeram tanta chuva e neve que ficaram conhecidas como “rios atmosféricos”. Causaram inundações generalizadas em todo o estado e foram responsabilizados por várias mortes, lembra a NBC.

O “ano hídrico” da Califórnia começa anualmente em 1º de outubro e pode incluir todos os meses de outono e inverno, quando o estado recebe a maior parte de sua chuva e neve. A Califórnia depende desses meses chuvosos para encher seus reservatórios, que fornecem água para consumo humano, agricultura e uso ambiental.

Em tempo: O prejuízo causado pela crise climática continua subindo. Novos dados da Bloomberg Intelligence colocaram um valor no custo da queima de combustíveis fósseis para a economia dos Estados Unidos. A média é de cerca de US$ 500 bilhões por ano desde 2016, o que equivale a cerca de 2% do PIB do país, segundo Andrew John Stevenson, analista climático sênior do ESG da Bloomberg Intelligence. Os números representam as despesas combinadas com danos materiais, cortes de energia, gastos do governo e aumento da inflação na construção em nível estadual. Num contexto mais amplo, os danos financeiros relacionados ao aquecimento global são estimados em quase US$ 7 trilhões nos últimos 30 anos, diz Stevenson. A conta exclui itens como perdas de salários ligadas a incêndios florestais ou calor extremo, bem como o aumento dos prêmios de seguros de propriedade.

 

ClimaInfo, 5 de outubro de 2023.

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