Crise climática ameaça 41% das espécies de anfíbios no mundo, diz estudo

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Crezalyn Nerona Uratsuji / Gettyn Images

A junção de mudança do clima e perda de habitat natural está empurrando a maior parte das espécies de anfíbios para o abismo da extinção. 

Um novo estudo publicado nesta semana na revista Nature concluiu que quatro em cada dez espécies de anfíbios correm risco de desaparecer por conta da destruição crescente de seus habitats e dos efeitos das mudanças climáticas ao redor do mundo.

Liderado pela organização Re:wild, o estudo envolveu mais de mil especialistas e fez a atualização de um análise de 2004 sobre a situação das populações de anfíbios. De lá para cá, o quadro mudou pouco, mas segue preocupante: enquanto 39% das espécies estavam sob ameaça de extinção há quase duas décadas, esse número agora é de 41%.

Os pesquisadores descobriram quatro espécies de anfíbios – sapos da Austrália, Guatemala e Costa Rica, além de salamandra da Guatemala – que desapareceram desde 2004. Outras 185 espécies foram classificadas no novo estudo como “potencialmente extintas”, sem nenhuma população sobrevivente conhecida.

A perda de habitat segue sendo o perigo mais comum, afetando 93% das espécies de anfíbios ameaçadas. A destruição e degradação desses ambientes é capitaneada pelo avanço da pecuária e da agricultura. No entanto, uma proporção crescente de espécies está ficando mais vulnerável aos efeitos da mudança do clima e à ocorrência de novas doenças.

“Os anfíbios são particularmente sensíveis às mudanças no seu ambiente, em parte porque transpiram através da pele. Assim, os efeitos das mudanças climáticas – aumento da frequência e intensidade de eventos extremos, alterações na umidade e temperatura, subida do nível do mar e incêndios – podem resultar na perda de locais de reprodução importantes, no aumento da mortalidade, na degradação do habitat e em outras mudanças que tornam mais difícil para os anfíbios encontrarem locais adequados para viver”, explicou Kelsey Neam, conservacionista do Re:wild e coautor do estudo, à Reuters.

O estudo também foi abordado pelas ABC News, Associated Press, Folha, NBC News e Washington Post, entre outros veículos.

 

ClimaInfo, 6 de outubro de 2023.

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