O presidente Lula vai à França na semana que vem em mais um movimento de fortalecimento da pauta climática dentro da agenda diplomática brasileira. Desta vez, clima e combate à pobreza – outro tema prioritário do governo – se unem de maneira explícita.
A Cúpula de Paris para um novo pacto de financiamento, que deve receber ao menos 21 líderes globais, buscará especificamente definir estratégias para canalizar recursos financeiros para a ação climática, com foco renovado nas necessidades dos países pobres e de renda média.
Como as negociações pré-COP28 na Alemanha encerradas ontem (15) deixaram claro, o financiamento climático está no topo da agenda diplomática. Nesse contexto, reformas do sistema financeiro global tendem a ser o assunto inevitável – não só das negociações climáticas daqui para a frente, como também nos principais fóruns econômicos, como o G20.
Segundo documento da ONU publicado em maio, “A arquitetura financeira internacional, criada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, está passando por um teste de estresse de proporções históricas – e está sendo reprovada. Projetada por e para os países industrializados do período pós-guerra, em uma época em que nem os riscos climáticos nem as desigualdades sociais, incluindo a desigualdade de gênero, eram considerados desafios de desenvolvimento preeminentes, a arquitetura financeira internacional já apresentava deficiências estruturais no momento de sua concepção.”
A realização da cúpula para um novo pacto financeiro é um movimento da diplomacia francesa para se firmar como um ator central desse processo. E o apoio de países de economias emergentes como o Brasil é essencial para dar legitimidade a este pleito para lá de ambicioso.
O ClimaInfo oferece alguns materiais que podem apoiar sua cobertura sobre a Cúpula e sobre o que há de mais quente na relação Dinheiro-Clima:
- Neste briefing você pode entender o que é a Cúpula de Paris e porque ela pode ajudar a unir a defesa do clima e o combate à pobreza;
- Entre as propostas mais maduras e influentes está a Agenda de Bridgetown, liderada pela primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottley, e concebida em grande parte por seu enviado especial Avinash Persaud.
- A iniciativa busca reformar principalmente mecanismos multilaterais como o Banco Mundial e o FMI, e tem acumulado considerável apoio internacional, incluindo as lideranças das duas instituições, os países do Caribe, os EUA, a França e o Reino Unido.
- Saiba mais neste briefing.
- Joseph Stiglitz, Jayati Ghosh, Laurence Tubiana e cerca de outros 70 economistas influentes escreveram para o Le Monde pedindo um imposto global sobre as transações do mercado de ações para financiar a luta contra a pobreza e o aquecimento global – a Cúpula seria a oportunidade ideal para apresentar a proposta, dizem.
- O site Devex já oferece um primeiro spoiler do que a declaração da Cúpula pode parecer.
- E aqui está uma lista de porta-vozes que podem abordar temas específicos da reforma financeira necessária para apoiar a ação climática e que estarão envolvidos com a Cúpula.
As assessoras Maher Hassan (gsccnetwork.org) e Denise Puca (gsccnetwork.org) têm experiência no acompanhamento desta agenda e ficarão felizes em apoiar sua cobertura sobre a Cúpula.
ClimaInfo, 16 de junho de 2023.
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