Energia de térmicas a diesel em Rondônia pode custar R$ 1,2 bi por dois meses

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Santo Antônio Energia / Facebook

As duas usinas são do grupo Termo Norte Energia, do empresário Carlos Suarez, que tem vários empreendimentos no setor, especialmente no segmento de gás fóssil.

O alto custo da energia das termelétricas a diesel Termonorte 1 e 2, em Porto Velho (RO), estimado em R$ 1,2 bilhão por dois meses, colocou em lados opostos associações de consumidores e o Ministério de Minas e Energia (MME). A cifra gerou discussões até na ANEEL, responsável por definir a operação dos empreendimentos e a tarifa a ser paga pela eletricidade gerada.

Um despacho publicado na 3ª feira (17/10) pela agência reguladora aprovou um Custo Variável Unitário (CVU) de R$ 2.721,54/MWh, para a Termonorte 1, e de R$ 2.997,89/MWh, para a Termonorte 2, informa o Canal Energia. Com isso, o custo da eletricidade a ser gerada pelas duas usinas será um dos três mais caros do país, segundo a epbr. Sem falar nas emissões de carbono da queima de diesel.

Para aumentar ainda mais a polêmica, a hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, a 7 km da capital de Rondônia, voltou a operar, após interromper suas atividades devido à seca no curso d’água. Assim, o MME sinalizou com a possibilidade de rever a ligação das térmicas a diesel, destaca a Folha.

A determinação de acionar as termelétricas foi aprovada em 4 de outubro em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). A decisão foi tomada como alternativa para dar segurança ao abastecimento elétrico a Rondônia e Acre, diante da crise hídrica que afeta o rio Madeira.

Vale lembrar que Termonorte 1 e 2 fazem parte dos ativos da Termo Norte Energia, grupo do empresário Carlos Suarez, velho “conhecido” no setor energético, especialmente no segmento de gás fóssil. Foi a Termo Norte Energia quem propôs os valores aprovados pela ANEEL para acionar as usinas.

Segundo especialistas, por serem térmicas antigas e movidas a diesel, as usinas da Termo Norte Energia são mais ineficientes e consomem mais combustível, o que explicaria o alto custo. E de acordo com a Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE), o abastecimento das usinas ainda demandaria o transporte do diesel por 3.000 km de rodovias, a partir de Paulínia (SP). Uma incoerência pelo aspecto de valores e emissões de combustíveis fósseis, reforçou a entidade.

 

ClimaInfo, 19 de outubro de 2023.

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