Térmicas a carvão no Sul lideraram emissões do setor elétrico em 2022, mostra inventário do IEMA

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CRM/Divulgação

Candiota 3, no Rio Grande do Sul, foi a maior emissora de GEE em 2022, com 12% das emissões de todo o parque termelétrico estudado.

As termelétricas a carvão fóssil instaladas na Região Sul lideraram as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no ano passado na geração elétrica no Brasil, respondendo por 35% do total emitido por térmicas a combustíveis fósseis. É o que mostra o 3º Inventário de Emissões Atmosféricas em Usinas Termelétricas, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), divulgado na 5ª feira (19/10).

As quatro maiores emissoras de GEE, todas a carvão, estão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, lista a Folha. A líder da sujeira foi Candiota 3, no município gaúcho de Candiota, que, sozinha, respondeu por 12,1% das emissões. O Jornal do Comércio ainda destaca que, de 72 termelétricas fósseis conectadas ao Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN) analisadas pelo IEMA, Candiota teve o menor índice de eficiência – apenas 28% em 2022.

No ranking de poluição das termelétricas a combustíveis fósseis, Candiota 3 é seguida por Jorge Lacerda 4, com 8,9% das emissões, e Jorge Lacerda 3 (7,1%), ambas em Capivari de Baixo, Santa Catarina. A sequência é fechada com Pampa Sul, também em Candiota, com 6,7% da liberação dos gases de efeito estufa.

Ao todo, as 72 termelétricas fósseis conectadas ao SIN emitiram, no ano passado, 19,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), informa o Diário do Nordeste. Com a sujeira de suas térmicas a carvão, o subsistema Sul foi o maior emissor de GEE em 2022, com 40% do total (7,9 milhões de tCO2e). Mesmo tendo o menor número de termelétricas, o Sul ultrapassou o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que emitiu 5,2 milhões de toneladas de GEE (26% do total).

Houve, porém, um ponto positivo ano passado: as emissões das termelétricas caíram 65% em relação a 2021, quando chegaram a 55 milhões de tCO2e, destacam epbr e Projeto Colabora. A redução foi resultado do menor acionamento dessas usinas. Com reservatórios hidrelétricos cheios e maior geração solar e eólica, houve recorde de geração renovável em 2022.

 

ClimaInfo, 23 de outubro de 2023.

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