Aquecimento das águas do oceano mata bilhões de caranguejos no Alasca

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NOAA Fisheries via Smithsonian

Em vez de exploração em excesso, foi a fome que fez caranguejos do Mar de Bering sumirem, pois aquecimento da água aumentou suas necessidades calóricas.

Até pouco tempo, a redução da quantidade de caranguejos das neves no leste do Mar de Bering, no Alasca, era creditada à pesca excessiva do animal. Contudo, um estudo de cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, sigla em inglês) dos Estados Unidos publicado na revista Science aponta que foram as temperaturas mais altas dos oceanos a provável causa do desaparecimento repentino e chocante de cerca de 10 bilhões de caranguejos das neves no estado.

Segundo os pesquisadores, os caranguejos podem ter morrido de fome. Isso porque a mudança na temperatura da água “aumentou consideravelmente as suas necessidades calóricas”, mostra o estudo.

Os anos de 2018 e 2019 registraram temperaturas oceânicas recordes. Inicialmente, essa elevação levou a um boom na população de caranguejos das neves. Então, em 2022, assistiu-se a um declínio acentuado de 10 bilhões de caranguejos, detalha o Guardian. “É um desastre pesqueiro no verdadeiro sentido da palavra”, diz Cody Szuwalski, biólogo pesqueiro do Centro de Ciências Pesqueiras do Alasca, da NOAA, em Seattle.

Em média, os caranguejos da neve geram cerca de US$ 150 milhões em receitas anuais para a pesca no Alasca. Na temporada de pesca de 2021-2022, esse valor caiu para cerca de US$ 24 milhões, segundo a Science News. Com as ondas de calor marinhas se tornando mais comuns devido às mudanças climáticas, o futuro dessa cadeia produtiva e dos ecossistemas marinhos árticos, de forma mais ampla, é incerto, dizem os pesquisadores.

A mortandade de bilhões de caranguejos das neves do Alasca foi noticiada também por CNN, Smithsonian Magazine, NBC, phys.org, Independent, Earth.com, Weather Channel, New Scientist, WION e Newsweek.

 

ClimaInfo, 31 de outubro de 2023.

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