Rumo à COP28: China apresenta plano para reduzir emissões de metano

China metano
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O governo chinês não adere à iniciativa internacional dos EUA contra metano, mas apresenta plano próprio para reduzir emissões do potente gás de efeito estufa.

A China, maior emissora mundial de metano, anunciou nesta 3ª feira (7/11) um conjunto de medidas para reduzir a liberação do gás, especialmente em setores como mineração de carvão, cultivo de arroz e operações de gás fóssil. 

A apresentação do plano acontece após cobranças internacionais por conta da rejeição chinesa a um compromisso internacional, encabeçado pelos EUA na COP26 de Glasgow em 2021, que definiu uma meta de 30% de redução nas emissões de metano até 2030. Na época, Pequim justificou que procuraria reduzir suas emissões de gás por meio de um “caminho próprio”.

O plano chinês não tem muitos detalhes, como é usual. A começar, ele não apresenta metas de redução das emissões de metano. Outro ponto vago é a promessa de “melhorar efetivamente” os sistemas de monitoramento e supervisão da liberação do metano dentro do plano quinquenal atual (2021 a 2025) e “melhorar significativamente” esses sistemas no próximo ciclo (2026-2030).

Mesmo assim, o anúncio foi visto como uma sinalização positiva da China antes da Conferência do Clima de Dubai (COP28), que começa no próximo dia 30. A ocasião do anúncio também foi bem vista, já que o plano foi divulgado após uma rodada de conversas entre representantes chineses e norte-americanos sobre as negociações climáticas, encerrada ontem em São Francisco.

À Bloomberg, o diretor do Centro Climático da China com o Asian Society Policy Institute, Li Shuo, afirmou que a decisão chinesa representa um “gesto de boa vontade” e que o anúncio certamente é resultado das conversas entre os dois países. A Reuters também abordou a notícia.

Em tempo: As emissões de gases de efeito estufa dos principais produtores mundiais de carne e laticínio aumentaram ainda mais neste ano, de acordo com um novo levantamento. As 20 maiores empresas do setor, que incluem fornecedores de grandes grupos como McDonald’s e Walmart, registraram um aumento de 3,28% de suas emissões entre 2022 e 2023. A análise foi feita pela rede de investidores FAIRR Initiative a partir de dados das próprias empresas. A pegada climática global do setor segue pesada, impulsionada principalmente pelo metano: as emissões relativas à produção de carne bovina e laticínios representam 14,5% do total global. A Bloomberg deu mais informações.

 

ClimaInfo, 8 de novembro de 2023.

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