El Niño seguirá até abril e 2023 já é “virtualmente” o ano mais quente já registrado

8 de novembro de 2023
2023 ano mais quente dos registros
Brice Cooper/Unsplash

Atual El Niño deve persistir por mais cinco meses, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial; observatório europeu Copernicus confirma recorde de calor em outubro. 

Uma nova análise da Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicou que o evento El Niño em curso deve durar pelo menos até abril de 2024. Até lá o fenômeno siguirá interferindo nos padrões climáticos ao redor do mundo e puxando para cima a temperatura média global. A continuidade do El Niño também praticamente garante que 2023 será o ano mais quente já registrado.

O evento atual se formou rapidamente durante os meses de julho e agosto e atingiu força moderada em setembro passado. Espera-se que sua intensidade atinja o pico nos próximos três meses, até janeiro de 2024. Com base nos padrões históricos e projeções a partir do cenário atual, o El Niño deve perder força gradualmente a partir do próximo outono.

“Os impactos do El Niño na temperatura global ocorrem normalmente no ano seguinte ao seu desenvolvimento. Mas, como resultado das temperaturas recordes da terra e da superfície do mar desde junho, o ano de 2023 caminha para se tornar o mais quente registrado”, explicou Petteri Taalas, secretário-executivo da OMM. “O próximo ano pode ser ainda mais quente”. Estadão, Folha, O Globo e Reuters destacaram a análise da OMM.

Já o observatório Copernicus, da União Europeia, confirmou mais um recorde histórico mensal de calor. Segundo o Copernicus, a temperatura média global para outubro foi de 15,2oC; 0,85oC acima da média de outubro no período 1991-2020 e 0,4oC superior ao recorde anterior, de outubro de 2019. O mês como um todo foi 1,7oC mais quente do que a estimativa da média de outubro para 1850-1900, o período de referência pré-industrial.

Com os dados de outubro, 2023 se aproxima do recorde histórico anual de calor. De janeiro a outubro, a temperatura média global foi 1,43oC acima da média pré-industrial e 0,10oC acima da média dos dez primeiros meses de 2016, dono do recorde histórico atual.

“Podemos dizer com quase certeza que 2023 será o ano mais quente desde que há registro”, destacou Samantha Burgess, diretora-adjunta do Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus (C3S). “O sentido de urgência para uma ação climática ambiciosa na COP28 nunca foi tão grande”.

AFP, BBC, Bloomberg, Guardian e Reuters abordaram os principais dados do Copernicus para outubro. Folha e O Globo também repercutiram a notícia.

 

ClimaInfo, 9 de novembro de 2023.

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