Perdas e danos: crise climática causou US$ 1,5 trilhão em prejuízos econômicos somente em 2022

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Gabriel Correa/Agência Brasil

Prejuízos são maiores para o Sul Global, com os países listados pela ONU como os menos desenvolvidos amargando perda média de 8,3% em seus PIBs.

A mudança climática afeta todo o planeta, mas seus efeitos são muito mais perversos – e caros – para os países em desenvolvimento. Globalmente, houve perdas de US$ 1,5 trilhão no ano passado por causa da crise climática, mas os maiores prejuízos foram sentidos pelas economias das nações pobres, especialmente do Sul Global.

É o que mostra o estudo “Loss and damage today: how climate change is impacting output and capital”, do professor James Rising, da Universidade de Delaware. Segundo o documento, o Produto Interno Bruto (PIB) de países de baixa renda, dependentes de agricultura, e as regiões tropicais já experimentam perdas substanciais, enquanto nações ricas sofrem impactos suaves, imperceptíveis ou mesmo benefícios temporários com as mudanças climáticas, destaca o Observatório do Clima.

Globalmente, a porcentagem não ponderada de perda do PIB é estimada em 1,8% (US$ 1,5 trilhão). Já a redução ponderada do PIB pela população de países ou regiões chegou a 6,3% em 2022. A diferença entre esses dois números reflete a distribuição desigual dos impactos, explica o Ciclo Vivo, que se concentram em países de baixa renda e regiões tropicais que normalmente têm mais população e menos PIB.

Assim, os países listados pela ONU como os menos desenvolvidos do mundo amargaram perda média de 8,3% em seus PIBs, na comparação com um cenário sem mudanças climáticas. A situação é mais grave nos países do Sudeste asiático, com perda média de 14,1%, e no Sul da África, com -11,2%. Na outra ponta, países europeus registraram aumento médio de 4,7% em seus PIBs no ano passado.

Mesmo nos países ricos, os efeitos aparentemente “positivos” das mudanças climáticas são temporários. Benefícios como a economia de energia usada para aquecimento, nos casos frequentes de verões mais quentes, tendem a dar lugar a desequilíbrios econômicos e perdas materiais.

A análise ainda mostra a dinâmica entre alterações climáticas, resultados econômicos e investimentos de capital. Os países de rendimento baixo e médio enfrentam perdas de capital significativas, de US$ 2,1 trilhões, o que coloca desafios à sua resiliência e ao crescimento econômico a longo prazo. 

The Journal e The Straits Times também destacaram o relatório.

 

ClimaInfo, 1º de dezembro de 2023.

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