Fachin suspende ações judiciais que travaram demarcação da TI Tekoha Guasu Guavira, no Paraná

17 de janeiro de 2024
Facchin demarcação TI Paraná
Reprodução vídeo JN TV Globo

De acordo com o ministro do STF, as decisões da Justiça do PR que travavam o processo não consideraram plenamente os direitos das comunidades indígenas. 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última 3ª feira (16/1) a suspensão das ações judiciais que travaram a demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira, na região de Guaíra, no Paraná. A decisão também libera a FUNAI para prosseguir com o processo de demarcação e aciona a Comissão Nacional de Soluções Fundiárias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para iniciar as tratativas para a “construção de consenso” entre os atores envolvidos. 

A determinação de Fachin atende a um pedido das Comunidades Indígenas Avá-Guarani, que relataram diversas ameaças de pessoas da região interessadas em suas terras. A situação ficou mais crítica depois que o processo de demarcação foi paralisado pela Justiça Federal do Paraná, em uma decisão tomada sem a devida participação dos representantes indígenas. O ministro concordou com essa argumentação. 

“É fundamental que as soluções possam de fato refletir as diferenças de realidade e de percepções entre as partes, [além do] envolvimento ativo de todos os atores estatais, sobretudo para ouvir as partes e auxiliá-las a encontrar pontos comuns”, assinalou Fachin. 

A situação piorou no último mês. Na semana passada, quatro pessoas ficaram feridas depois de um enfrentamento entre indígenas e um não-indígena. Por conta do risco de novos conflitos, o Ministério da Justiça autorizou a atuação da Força Nacional de Segurança Pública na região. 

De acordo com Fachin, os episódios das últimas semanas agravaram “a situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar das comunidades, uma vez que tiveram destruídos pertences, barracos, alimentos, motocicletas e provavelmente contaminada a água”.

“Cabe agora à FUNAI e ao Ministério da Justiça, de forma ágil e célere, dar andamento ao procedimento administrativo até a devolução da terra aos Guarani e a indenização dos não indígenas que de boa-fé compraram a terra indevidamente”, cobrou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). “O que não poderá ocorrer é a costumeira morosidade, que levará a mais violência e a intolerância, com agressões físicas e verbais aos Avá-Guarani”. 

Agência Brasil, Canal Rural, CBN, Conjur, g1, Jornal Nacional (TV Globo) e SBT repercutiram a notícia. 

Em tempo: A ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas) visitou a Terra Yanomami nesta semana para acompanhar os esforços de ajuda às comunidades indígenas que ainda sofrem com desnutrição e doenças. Sobre a situação do território, a ministra destacou a “complexidade” da operação e apontou que a resolução da crise humanitária exigirá ações mais estruturais e de longo prazo. “Para os Yanomami terem seu modo de vida de volta é preciso retirar os invasores. É preciso que os indígenas tenham como plantar, que os rios sejam despoluídos para que [as comunidades] tenham água para beber”, disse Sonia, citada por Correio Braziliense, Folha, Metrópoles e Poder360.

 

ClimaInfo, 18 de janeiro de 2024.

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