Brasil se une a Azerbaijão e Emirados Árabes em troika climática para COPs

COP29 Troika Mission 1_5
COP28.com

A “troika” das presidências das COP28, 29 e 30 quer impulsionar a ambição climática dos governos nos novos compromissos nacionais sob o Acordo de Paris. 

Representantes dos governos dos Azerbaijão, Brasil e Emirados Árabes Unidos apresentaram na última 3ª feira em Dubai (13/2) a “Troika das Presidências da COP”, a primeira articulação formal entre as presidências de diferentes Conferências da ONU sobre o Clima. O grupo reúne a presidência da COP28 de Dubai, chefiada por Sultan al-Jaber; da COP29 de Baku, que deve ser comandada por Mukhtar Babayev; e da COP30 de Belém, ainda sem um presidente designado por parte do governo brasileiro.

A principal tarefa do grupo será impulsionar a ambição climática dos novos compromissos nacionais que serão apresentados pelos países no ano que vem, antes da COP de Belém. As novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) sob o Acordo de Paris são vistas como decisivas para fechar a lacuna entre as promessas de ação climática dos países e as reduções das emissões de gases de efeito estufa necessárias para limitar o aquecimento global em 1,5ºC neste século.

“A Troika ajudará a garantir o cumprimento das responsabilidades coletivas das Presidências e o apoio às prioridades globais, o que, por sua vez, transformará o acordo em ação por parte dos atores governamentais e não governamentais”, destacou a presidência da COP28 em nota.

A articulação vem sendo costurada desde o final da COP28 de Dubai, em dezembro passado. O Brasil foi um dos propositores da iniciativa, inserida dentro da estratégia do país para transformar a COP30 de Belém, no final do ano que vem, em uma referência para a ação dos países em prol da meta de 1,5ºC de aquecimento.

“Precisamos aproveitar ao máximo a oportunidade que esta Troika de Presidências da COP apresenta [para] garantir que nestes próximos dois anos seremos capazes de fazer o que a ciência nos diz que devemos fazer, na última janela de oportunidade para alcançar a ambição de 1,5ºC”, afirmou a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima). Ela foi representada no lançamento do grupo pela secretária nacional de mudanças climáticas, Ana Toni.

AFP, Band e Folha repercutiram a notícia.

Em tempo 1: Por falar em Ana Toni, a secretária deu uma entrevista ao InfoAmazonia, onde comentou sobre os desafios da retomada da política ambiental e climática do Brasil nesse 1º ano de gestão. Ela comentou também sobre a retomada do Plano Nacional de Adaptação, que deve ser apresentado pelo governo neste ano, e a criação do Conselho Nacional de Emergência Climática. “Está claro que este é um desafio global: a governança de mudanças do clima nacionalmente de uma maneira participativa entre todos os multiníveis. Ainda não temos bons modelos nem para nos inspirar. Então, vamos começar a desenvolver o nosso, com a esperança de contribuir para inspirar outros”, disse.

Em tempo 2: Enquanto isso, em Baku, o governo do Azerbaijão pediu aos hotéis da cidade que adiassem a confirmação de reservas para a COP29 em novembro. A medida levantou temores entre representantes da sociedade civil sobre uma escalada dos preços das hospedagens para o evento, o que restringiria a participação das organizações sociais, especialmente do Sul Global. De acordo com o Climate Home, não está claro qual é o objetivo das autoridades azeris, se elas repetirão o que os egípcios fizeram em 2022, quando impuseram uma tarifa mínima sobre as reservas hoteleiras, o que encareceu os preços.

 

ClimaInfo, 15  de fevereiro de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.