Ferramentas de IA do Google vão ajudar a monitorar vazamentos de metano

19 de fevereiro de 2024
emissões de metano
catf.us

Monitoramento será feito por satélite, previsto para começar a operar em março, e vai focar nas emissões de metano das instalações de petróleo e gás.

O Environmental Defense Fund (EDF) vai receber um apoio de peso para monitorar as emissões de metano, gás quase 90 vezes mais potente que o dióxido de carbono no agravamento do efeito estufa. O Google irá ajudar a organização a rastrear e atribuir as emissões observadas pelo satélite MethaneSAT, programado para entrar em órbita em março.

A parceria visa a aplicação da inteligência artificial e da experiência em mapeamento do Google aos dados de um satélite de alta potência. O objetivo é identificar as emissões de metano e, a partir disso, gerar oportunidades para ações climáticas mais agressivas de governos e da indústria de combustíveis fósseis, explica a Bloomberg, já que o foco do monitoramento será em instalações de petróleo e gás.

Os dados captados pelo MethaneSAT serão processados ​​pelas ferramentas de IA do Google e utilizados para gerar um mapa de metano. O documento será publicado no Earth Engine, mas isso não se dará em tempo real, mas sim com dados enviados do satélite a cada poucas semanas.

A gigante da tecnologia informou que, ao identificar um vazamento significativo de metano, não notificará a empresa proprietária da infraestrutura responsável por ele, de acordo com a BBC. “Nosso trabalho é disponibilizar a informação”, afirmou o Google, acrescentando que os governos e os reguladores terão acesso à ferramenta e que “caberia a eles forçar quaisquer mudanças”.

A Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em Inglês) afirmou que a indústria global de energia foi responsável pela emissão de 135 milhões de toneladas de metano em 2022, número ligeiramente abaixo dos níveis recordes de 2019, informa o Financial Times, em matéria traduzida pela Folha. Satélites detectaram mais de 500 eventos de “superemissão” em 2022 em operações de petróleo e gás, além de outros 100 eventos desse tipo em minas de carvão, que podem liberar metano durante ou após as operações.

Reuters, Sustainability Mag e Energy Live News também noticiaram a parceria do Google com o EDF para monitoramento de emissões de metano.

Em tempo: O metano também é gerado em aterros sanitários e lixões, a partir da decomposição de material orgânico. E houve mais de 1.000 supervazamentos do gás nessas estruturas desde 2019. Um total de 1.256 eventos de super-emissões de metano ocorreram entre janeiro de 2019 e junho de 2023, de acordo com a análise do Guardian a partir de dados de satélite. Paquistão, Índia e Bangladesh lideram a lista de países com maiores vazamentos, seguidos por Argentina, Uzbequistão e Espanha. O jornal informa que a decomposição de resíduos é responsável por cerca de 20% das emissões de metano causadas pela ação humana. Já as operações de combustíveis fósseis causam 40% das emissões.

 

ClimaInfo, 20 de fevereiro de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar