Chile corre risco de mais incêndios mortais por causa das mudanças climáticas

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Jean Beaufort / Public Domain Pictures

Novo relatório da World Weather Attribution analisou como a crise climática aumenta as condições que alimentam incêndios, como temperatura, velocidade do vento e umidade atmosférica.

Incêndios florestais mortais como os que atingiram o Chile e mataram pelo menos 133 pessoas neste mês se tornarão mais prováveis na região à medida que o planeta vá aquecendo e se tornando mais seco, em razão das mudanças climáticas. É o que mostra um novo relatório do World Weather Attribution (WWA), grupo de cientistas que estuda os efeitos da crise climática em eventos extremos.

O WWA analisou o aumento nas condições que alimentam os incêndios – temperatura, velocidade do vento e umidade atmosférica –, conforme as medições de um índice chamado Hot Dry Windy Index (HDWI), relatam Reuters e Folha. Essa avaliação constatou que nem o aquecimento global nem o El Niño impulsionaram o recente aumento no HDWI durante os incêndios no Chile, já que a região costeira de Valparaíso e Viña del Mar, que foi atingida pelo fogo, na verdade está esfriando, enquanto as temperaturas estão aumentando no interior do país. Mas isso mudará com as mudanças climáticas, afirmam os cientistas.

“A menos que o mundo pare rapidamente de queimar combustíveis fósseis, o perigo de incêndio devido ao elevado HDWI aumentará. Num mundo 2°C mais quente do que o pré-industrial, a tendência para um HDWI mais elevado torna-se significativa. O risco de um aumento nas condições meteorológicas perigosas de incêndio atribuíveis às alterações climáticas induzidas pelo homem precisa de ser levado muito a sério”, destacam os pesquisadores.

Outros fatores, como o uso e a gestão da terra, também desempenham um papel importante e podem aumentar a probabilidade de incêndios florestais semelhantes, disseram os pesquisadores. As plantações de uma única espécie de pinheiro e eucaliptos inflamáveis ​​substituíram ecossistemas nativos e mais resistentes ao fogo em muitas partes do Chile, incluindo Viña del Mar, explica o New York Times.

 

 

ClimaInfo, 23 de fevereiro de 2024.

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