Impasse sobre guerras impede declaração conjunta dos ministros de Finanças do G20

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Paulo Pinto/Agência Brasil

Trilha financeira chegou a um entendimento sobre seus temas específicos, mas falta de consenso sobre tratamento de conflitos geopolíticos impediu comunicado conjunto, explicou Fernando Haddad.

As guerras impediram que os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20 emitissem um comunicado conjunto no 1º encontro da Trilha de Finanças do bloco, encerrado na 5ª feira (29/2). Em vez disso, foi divulgada uma declaração da presidência do G20, ocupada pelo Brasil. 

Segundo o g1 e o Terra, o texto final teve acordo em quase todos os pontos, menos no parágrafo que citava os conflitos em Gaza e na Ucrânia. O Brasil propôs a inclusão do tema “guerra”, mas o G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, não aceitou.

O redirecionamento de recursos para o combate à pobreza e às mudanças climáticas é uma questão central da agenda brasileira à frente do grupo. Para isso, um ponto fortemente defendido pelo Brasil é a taxação dos superricos. Haddad disse que o G20 se aproxima de um entendimento para essa tributação progressiva internacional com foco na taxação de grandes fortunas. A proposta do Brasil seria o terceiro pilar do esforço global de tributação progressiva que já está em curso no âmbito da OCDE sob dois pilares: pagamento de impostos para os países onde as multinacionais têm clientes e não apenas onde têm sede; e a taxação mínima de 15% dos lucros de multinacionais. Mas a ausência de um comunicado oficial frustrou as expectativas da presidência brasileira. O ministro da Fazenda lembrou que os mesmos impasses foram observados na semana passada, na reunião de ministros de Relações Exteriores, no Rio de Janeiro, na chamada Trilha de Sherpa do G20.

Agência Brasil, Folha, Valor, Folha, Estadão, DW, UOL e Brasil de Fato repercutiram os resultados da Trilha de Finanças do G20.

Em tempo: A convite do ministro Fernando Haddad, o economista e professor francês Gabriel Zucman, diretor do Observatório Fiscal da União Europeia, apresentou para ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G20 uma proposta de criação de um imposto global para superricos. O especialista em tributação defende o pagamento de uma alíquota mínima de 2% sobre a riqueza de bilionários. Segundo Zucman, há 3.000 pessoas em todo o mundo aptas a contribuir com esse imposto, que renderia pelo menos US$ 250 bilhões anuais, informa o UOL.

 

 

ClimaInfo, 1 de março de 2024.

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