É a 3ª onda de calor em pouco mais de dois meses e, mesmo com frentes frias e muita chuva, as temperaturas vão continuar altas.
Boa parte do país vai “torrar” a partir desta 2ª feira (11/3), resultado de uma nova onda de calor que está chegando ao Brasil – a terceira somente neste ano. O ar quente vindo do Paraguai e da Argentina deve elevar as temperaturas especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste até 6ª feira (15/3).
Dados da Climatempo detalhados pela CNN indicam que a parte oeste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul devem registrar temperaturas superiores a 5°C acima da média. Em outras áreas do país, os termômetros devem ficar entre 3°C e 5°C em relação à média. Essa situação deverá ser observada no estado de São Paulo e em parte do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia, além das demais localidades da região Sul e do Mato Grosso do Sul.
Segundo a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, os termômetros poderão atingir 38°C a 40°C no oeste da região Sul e do Mato Grosso do Sul. Em outras áreas desses estados e em São Paulo, as temperaturas poderão chegar a uma faixa entre 36°C e 37°C.
No final de semana, uma frente fria chegou ao Sul e avançou rapidamente. No domingo (10/3), a expectativa era que a frente provocasse temporais e volumes elevados não só no Sul, mas também em partes da região Sudeste, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e metade sul mineira. Outra região atingida é o Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso do Sul.
Enquanto a frente fria avança e se afasta para o oceano, o tempo firme volta a prevalecer, culminando com a onda de calor que deve predominar até 6ª feira. Mesmo com o avanço da frente para o Sudeste e a chegada de uma área de alta pressão atmosférica no Rio Grande do Sul, a queda de temperatura não será expressiva, por causa da massa de ar quente chegando de Paraguai e Argentina e associada a um sistema pré-frontal, explica o Meteored.
No próximo fim de semana, outra frente fria se forma a partir de pequenas áreas de baixa pressão atmosférica entre o continente e o oceano, e mais chuvas estão previstas. Há inclusive tendência de tempestades extremas no Rio Grande do Sul, que podem atingir e gerar transtornos e prejuízos na região metropolitana de Porto Alegre.
O outono no Hemisfério Sul começa em 20 de março. Em tese, a estação é marcada por temperaturas mais baixas em relação às registradas no verão e por ser uma transição entre o verão e o inverno. Mesmo assim, Josélia explica que, nas primeiras semanas da nova estação, os termômetros ainda deverão continuar registrando altas temperaturas no país.
O calor acima da média não é uma exclusividade do Brasil. Os Estados Unidos estão vivendo o inverno mais quente da sua história (leia mais abaixo). A elevação das temperaturas mundo afora é apontada pelos cientistas como resultado da combinação das mudanças climáticas com o El Niño. E embora tenha perdido força, o El Niño deve continuar colaborando para aquecer o planeta até maio, pelo menos.
A nova onda de calor no Brasil também foi noticiada por UOL, CNN, Estadão, Correio Braziliense, R7, Meteored e Globo Rural.
Em tempo: Há 90% de probabilidade de La Niña substituir o El Niño a partir de julho, afirma uma Nota Técnica preparada para a Casa Civil pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). Provocada pelo resfriamento do Oceano Pacífico Tropical, La Niña é o oposto do El Niño e deve refrescar boa parte do Brasil e do mundo, segundo O Globo. O que os cientistas dizem ser impossível saber com certeza agora é a intensidade de La Niña, que também provoca anomalias climáticas.
ClimaInfo, 11 de março de 2024.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.