Onda de calor causa recordes de temperatura e de demanda de energia no Brasil

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Joel Rodrigues/ Agência Brasília

A sensação térmica no Rio de Janeiro superou 60C no último sábado (16/3), com máximas acima dos 35oC em boa parte do Centro-Sul brasileiro. 

O verão deve fechar com novos recordes de calor em boa parte do Brasil. A onda de calor que cobre desde o Centro-Oeste e o Sudeste até o Paraná garantiu máximas históricas de temperatura para o mês de março no último final de semana e deve manter os termômetros acima da média até a próxima 4ª feira (20/3).

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu alerta vermelho, que representa “grande perigo” para a saúde humana, abrangendo os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. A expectativa é de que as temperaturas máximas sigam pelo menos 5C mais altas do que a média histórica nessa área. A notícia é do Estadão.

Na última 6ª feira (15/3), a cidade de São Paulo igualou seu recorde histórico de calor para março, com os termômetros chegando a 34,3C na estação do Mirante de Santana, na zona norte da capital paulista, informou a Folha. Já no Rio de Janeiro, o calor intenso acabou potencializado pela umidade relativa do ar, o que garantiu uma sensação térmica acima dos 60C. Agência Brasil e O Globo deram mais detalhes.

O calor excessivo também resultou em um novo recorde na demanda de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) indicaram que a demanda elétrica chegou a 102.478 MW na 6ª feira passada, superando a marca histórica anterior, registrada há pouco mais de um mês, em 7 de fevereiro (101.860 MW). Bandnews, CNN Brasil e O Globo abordaram o novo recorde.

Os termômetros devem seguir altos até o final desta semana – por coincidência, até a passagem do verão para o outono. Segundo a MetSul, a chegada de uma frente fria deve causar um choque com a massa de ar quente, o que pode ocasionar chuvas extremas desde o Rio Grande do Sul até o litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Os acumulados podem ser significativamente altos em algumas áreas, com risco de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra”, alertou a agência meteorológica. 

Em tempo: A intensificação de ondas de calor excessivo deve ser encarada pelo poder público como uma ameaça tão grave quanto tempestades e deslizamentos de terra. O alerta é da professora Renata Libonati, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em bioclimatologia. Em entrevista ao Estadão, a pesquisadora reiterou o potencial mortal do calor, que supera em letalidade outros desastres causados por eventos extremos. “Entre as causas das mortes em excesso, estão doenças cardiovasculares, relacionadas aos aparelhos circulatórios, respiratório, genito-urinário. Em geral, são pessoas que já apresentam comorbidades, [que são] agravadas durante esses eventos. Por isso, têm a causa de morte associadas às ondas de calor”, explicou.

 

 

ClimaInfo, 18 de março de 2024.

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