Anomalias atmosféricas no Pacífico equatorial estão enfraquecendo desde o início do ano, o que aponta uma transição “muito rápida” do El Niño para La Niña.
O mês de abril começou com condições de El Niño ainda presentes no Pacífico, mas o episódio de aquecimento da faixa equatorial do oceano, que começou em junho do ano passado, está com os dias contados. O fenômeno enfraquece de forma gradual desde o começo do ano, e a tendência é de que chegue ao fim nas próximas semanas, no mais tardar em meados de maio. Segundo o boletim semanal meteorológico mais recente da Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA, sigla em Inglês), isso aponta uma transição de maneira “muito rápida” para o La Niña.
Segundo a NOAA, a anomalia de temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4, no Pacifico Equatorial Centro-Leste, estava em 1oC acima da média. Essa é a região designada oficialmente para se verificar se há El Niño ou La Niña, explica a MetSul, em matéria repercutida por Folha e Globo Rural. O valor de 1oC significa ainda um estado de El Niño presente no limite de fraco a moderado.
Já outra região acompanhada com muita atenção é o Pacífico Equatorial Leste, nos litorais do Peru e do Equador, conhecida na climatologia como Niño 1+2. Nesta área a temperatura do mar já está mais fria do que a média: -0,4°C. Na prática, é um indicativo de que águas mais frias das profundezas do Pacífico começaram a emergir na superfície. Os meteorologistas enfatizam que esse resfriamento incipiente ainda não é o começo do La Niña, mas o início de um complexo processo de mudanças no oceano e na atmosfera que deve levar ao fenômeno.
Assim, para o trimestre de maio a julho, as probabilidades são de 3% de El Niño, 65% de neutralidade e 32% de La Niña. Para o trimestre de junho a agosto, 1% de probabilidade de El Niño, 37% de neutralidade e 63% de La Niña. No trimestre de julho a setembro, 1% de El Niño, 24% de neutralidade e 75% de La Niña.
Já no trimestre de agosto a outubro, a probabilidade é de 1% de El Niño, 17% de neutralidade e 82% de La Niña. No trimestre de primavera, por fim, entre setembro e novembro, 1% de El Niño, 14% de neutro e 85% de La Niña.
No Brasil, o La Niña tende a causar aumento no volume de chuvas nas regiões Norte e Nordeste. Já no Sul, a tendência é de mais seca e calor, enquanto, no Centro-Oeste e no Sudeste os impactos oscilam.
ClimaInfo, 12 de abril de 2024.
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