Impacto das mudanças climáticas na economia global é seis vezes pior que o esperado

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Tony Oliveira/Agência Brasília.

Perda econômica é tão grave que é comparável aos danos econômicos causados por lutar uma guerra permanente e contínua, mostra um novo estudo dos EUA.

Um novo estudo, “The Macroeconomic Impact of Climate Change: Global vs. Local Temperature”, divulgado pelo National Bureau of Economic Research (NBER), dos Estados Unidos, aponta que os danos econômicos decorrentes da crise climática são seis vezes piores do que se pensava anteriormente, informam Guardian, Veja, Revista Fórum e The Globe and Mail

Um aumento de 1°C na temperatura global leva a uma queda de 12% no PIB mundial, estimativa muito mais alta do que a feita em análises anteriores. Esse nível de aquecimento já foi superado, com o planeta cada vez mais próximo de atingir e superar o limite de 1,5°C de elevação sobre os níveis pré-industriais estabelecido no Acordo de Paris.

Neste mês, o Guardian entrevistou centenas de cientistas climáticos do mundo, e quase 80% deles preveem um aquecimento de pelo menos 2,5°C até 2100. Para 42%, a elevação de temperatura poderá superar os 3°C. Se este segundo cenário acontecer, haverá “declínios precipitados na produção, no capital e no consumo que excedem 50% até 2100”, aponta o estudo. Essa perda econômica é tão severa que é “comparável aos danos econômicos causados por uma guerra doméstica e permanente”.

“Certamente ainda haverá algum crescimento econômico acontecendo, mas até o final do século as pessoas podem estar 50% mais pobres do que seriam se não fosse pelas mudanças climáticas”, disse Adrien Bilal, economista de Harvard que escreveu o artigo com Diego Känzig, também economista, da Universidade Northwestern. “Todos poderiam imaginar o que fariam com uma renda que é o dobro do que é agora. Isso mudaria a vida das pessoas.”

Bilal disse ainda que o poder de compra das pessoas já seria 37% maior hoje do que é sem o aquecimento global observado nos últimos 50 anos. Essa riqueza perdida aumentará se a crise climática se aprofundar e se tornará comparável à drenagem econômica vista durante guerras.

O estudo calcula um custo social do carbono, o valor em dólares dos danos causados por cada tonelada adicional de emissões de carbono, em US$ 1.056 por tonelada. A título de comparação, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, sigla em Inglês) estima um custo muito menor, em torno de US$ 190 por tonelada.

 

 

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ClimaInfo, 20 de maio de 2024.

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