Polícia Federal desbarata esquema de venda irregular de créditos de carbono de áreas públicas

Polícia Federal venda irregular créditos de carbono áreas públicas
Polícia Federal

Esquema fraudulento envolvia duplicação e falsificação de títulos de propriedade, o que resultou na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de Terras Públicas.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Greenwashing. O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa suspeita de vender cerca de R$ 180 milhões em créditos de carbono de áreas da União invadidas ilegalmente.

Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 76 de busca e apreensão nos estados de Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Paraná,  Rondônia, e São Paulo. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas, informam Valor, g1, Correio Braziliense, Metrópoles, O Globo e Estadão.

Também por ordem judicial, os agentes cumpriram 108 medidas cautelares diversas da prisão, oito ordens de suspensão do exercício da função pública, quatro determinações de suspensão de registro profissional no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e sete ordens de bloqueios de emissão de Documento de Origem Florestal (DOFs), além do bloqueio de R$ 1,6 bilhão.

O esquema fraudulento envolvia a duplicação e a falsificação de títulos de propriedade, vulgo grilagem, resultando na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de Terras Públicas. A operação criminosa se iniciou em Lábrea (AM) e se estendeu por mais de uma década. O esquema se expandiu nos últimos três anos, com emissão de certidões ideologicamente falsas por servidor da Secretaria de Terras do Estado do Amazonas (SECT/AM).

Entre as atividades ilegais identificadas estão a exploração florestal e pecuária em Áreas Protegidas, com a criação de gado “fantasma” para atender a áreas com restrições ambientais; a venda de créditos virtuais de madeira; e a obtenção de licenças ambientais fraudulentas.

A PF suspeita que a quadrilha explorou ilegalmente mais de 1 milhão de metros cúbicos de madeira em tora, gerando um dano ambiental de R$ 606 milhões, enquanto as Terras Públicas griladas são avaliadas em R$ 820 milhões.

 

 

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ClimaInfo, 4 de junho de 2024.

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