Escassez de neve no Himalaia ameaça abastecimento de água de 25% da população mundial

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ICIMOD

Níveis diminuíram em quase um quinto na região de Hindu Kush, na cordilheira que leva o mesmo nome no Paquistão e Afeganistão, e no Himalaia.

Um quarto da população do planeta, que depende do degelo do Himalaia para seu abastecimento de água, enfrenta um risco muito grave de escassez neste ano devido à significativa diminuição das nevascas no topo dessa cordilheira. O derretimento contribui com aproximadamente um quarto do volume total de 12 grandes bacias hidrográficas que nascem em altitudes elevadas da região.

A constatação é do relatório “HKH snow update 2024”, do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas (ICIMOD, sigla em inglês), com sede no Nepal. “Trata-se de um sinal de alerta para os pesquisadores, os responsáveis políticos e as comunidades”, disse o autor do estudo, Sher Muhammad.

A pesquisa mediu o tempo que a neve permanece no solo. Neste ano, os níveis diminuíram em quase um quinto do normal em toda a região de Hindu Kush, na cordilheira que leva o mesmo nome no Paquistão e Afeganistão, e no Himalaia [daí a sigla HKH], informam Folha, phys.org, France24, O Globo, The Telegraph e Diário do Nordeste.

Segundo o ICIMOD, a neve e o gelo do Himalaia são uma fonte de água essencial para os 240 milhões de pessoas que vivem nas regiões montanhosas e para os 1,65 bilhão que habitam bacias relacionadas a ele em vários países. “O menor acúmulo de neve e a flutuação dos níveis desta aumentam consideravelmente o risco de escassez de água, especialmente neste ano”, ressaltou Muhammad.

De acordo com a entidade, que tem monitorado a neve na região há mais de 20 anos, 2024 é particularmente incomum. “Este ano, a persistência da neve (18,5% abaixo do normal) é a segunda mais baixa dos últimos 22 anos, logo após o recorde de 19%, estabelecido em 2018”, explicou o autor do relatório.

 

 

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ClimaInfo, 20 de junho de 2024.

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