Pelo menos 125 pessoas morreram no país por causa das altas temperaturas, que vieram a se tornar mais prováveis devido à crise climática, mostra WWA.
A mudança climática já em curso tornou a onda de calor que assolou o México entre maio e junho bem mais quente (+1,4ºC) e muito mais provável (35 vezes), segundo um estudo da rede World Weather Attribution (WWA). A organização é especializada em conduzir estudos rápidos de atribuição, isto é, pesquisas capazes de atribuir um evento extremo – inclusive sua intensidade e probabilidade – aos níveis de aquecimento global observados atualmente. E, ao fazer isso de forma rápida, oferece um cenário concreto aos tomadores de decisão.
“O calor adicional de 1,5°C causado pela mudança climática teria sido a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas durante os meses de maio e junho”, disse ao mexicano El Universal a pesquisadora Karina Izquierdo, especialista para a região da América Latina e Caribe do Centro Climático da Cruz Vermelha e uma das autoras do relatório. O jornal destacou ainda o aumento de casos de dengue detectado pela Organização Panamericana de Saúde em toda a região afetada pela onda, que além do México, inclui partes dos EUA, Guatemala e Honduras.
“Enquanto os seres humanos encherem a atmosfera com emissões de combustíveis fósseis, o calor só vai piorar – pessoas vulneráveis continuarão morrendo e o custo de vida continuará aumentando”, afirmou à BBC Izidine Pinto, uma das autoras da análise e pesquisadora do Instituto Meteorológico Real da Holanda.
O estudo também foi destaque no Guardian, NYT e o site France24.
Em tempo: Se a guerra da Rússia contra a Ucrânia já ameaçava o abastecimento global de grãos, a previsão do tempo para o Mar Negro virou um grande sinal vermelho para o setor. A análise é da Reuters, que indica grande apreensão também sobre a produção do meio-oeste dos EUA, impactada por calor extremo, seguido por chuvas extremas. As previsões positivas nos campos de China e Índia, além de tempo “normal” para as produções da Austrália, Argentina e Brasil, podem dar algum alívio, segundo a publicação.
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ClimaInfo, 26 de junho de 2024.
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