Risco de novos incêndios aumenta com nova onda de calor; fogo atingiu mais de 8.000 propriedades rurais paulistas, que estimam R$ 1 bilhão em prejuízos.
Sofrendo com a pior seca para um 2º quadrimestre do ano em 42 anos, o estado de São Paulo se prepara para uma nova leva de incêndios nos próximos dias. Além da estiagem, preocupa a onda de calor que vai aumentar as temperaturas em boa parte do país até o fim da próxima semana.
Como prevenção, a Fundação Florestal, do governo paulista, fechou temporariamente, e de forma emergencial, 80 Unidades de Conservação na região metropolitana e no interior do estado, informam CBN, O Globo, CNN e Jovem Pan. A medida vale até 12 de setembro, prazo que pode ser revisado “conforme as condições climáticas e os riscos associados”, informou o governo do estado, em nota.
Segundo o diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz, o objetivo é minimizar os impactos dos incêndios florestais e concentrar os recursos e esforços para garantir a preservação das UCs e a segurança das pessoas. “Também estamos incrementando nossos contratos, especialmente o de bombeiros civis, além de direcionar equipes do litoral e do Vale do Ribeira para somar esforços durante esse período mais crítico”, ressaltou.
No domingo (1/9), quatro municípios tinham focos ativos de incêndio: Dois Córregos, Pedregulho, Altinópolis e Jardinópolis. O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil já havia emitido um alerta para o risco elevado de incêndios em quase todo o estado nos próximos dias devido à elevação das temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, mostra o g1.
Os prejuízos causados pelas queimadas ainda não foram totalmente contabilizados. Mas a conta não para de subir no setor agropecuário.
Segundo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, os incêndios no interior paulista atingiram 8.049 propriedades em 317 municípios. Entre as principais cadeias produtivas impactadas estão a bovinocultura de corte e de leite, cana-de-açúcar, fruticultura, heveicultura, cafeicultura, eucalipto e apicultura. O prejuízo total é estimado em mais de R$ 1 bilhão, informa o Canal Rural.
Até ontem (2/9), 11 pessoas tinham sido presas por envolvimento nos incêndios, relatam Poder 360 e CNN. A Polícia Ambiental também autuou 2 homens por acender uma fogueira para limpeza da vegetação. E segundo a Polícia Civil de São Paulo, que investiga os casos, não há relação entre os crimes.
Em tempo: O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) destinou apenas R$ 3,3 milhões diretamente para o programa de prevenção a incêndios em matas, o “SP Sem Fogo”, neste ano. O valor representa 0,001% do orçamento total do estado. O levantamento foi feito pela IstoÉ junto à Secretaria da Fazenda do estado. De acordo com a pasta, dos R$ 3,3 milhões, R$ 300 mil foram destinados para equipamentos, enquanto o restante deverá ser repassado para serviços realizados por terceiros.
ClimaInfo, 3 de setembro de 2024.
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