Groenlândia mantém ativista Paul Watson preso enquanto decide extradição para o Japão

Paul Watson
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O país oriental pediu prisão de Watson, ex-líder da Sea Shepherd, por conta de um incidente com navio japonês de pesquisa de baleias em 2010.

Um tribunal da Groenlândia decidiu manter a prisão do ativista contra a caça às baleias Paul Watson até 2 de outubro, enquanto a Dinamarca decide se o extraditará para o Japão. Fundador do grupo conservacionista Sea Shepherd e da Captain Paul Watson Foundation, o ativista de 73 anos foi detido pela polícia quando seu navio atracou no porto de Nuuk, capital da Groenlândia, em 21 de julho.

O governo japonês emitiu um mandado internacional de prisão contra Watson há mais de uma década. Ele foi acusado de invadir um navio japonês de pesquisa de baleias no Oceano Antártico em 2010, obstruir suas atividades, causar ferimentos e danos materiais.

A Groenlândia, onde o ativista foi preso, é um território autônomo da Dinamarca. O país europeu não possui um tratado de extradição com o Japão. Mas o Ministério da Justiça dinamarquês avalia o pedido japonês, informam Reuters e France24.

Watson disse que a detenção não o impediu de continuar sua luta para salvar as baleias. “Eu apenas mudei de navio. Meu navio agora é a prisão de Nuuk”, contou com um sorriso travesso no rosto na sala de visitas da prisão ao se encontrar com a AFP, em entrevista reproduzida pelo Le Monde. De sua cela com vista para o mar, Watson pode ver baleias e icebergs de sua janela. “É quase como se eu estivesse no convés do meu navio.”

Em 2012, Watson foi preso na Alemanha, a pedido da Costa Rica, por outro incidente. Ele foi libertado sob fiança e obrigado a se apresentar à polícia diariamente, mas deixou o país para evitar a extradição.

Watson afirma que o Japão tem uma vendeta contra ele. “Eles querem dar o exemplo de que você não deve se meter com a caça às baleias deles”, ressaltou.

Guardian, SCMP e Straits Times também repercutiram a decisão da Groenlândia de manter Paul Watson preso.

Em tempo: A ativista Greta Thunberg foi presa mais uma vez durante um protesto. Dessa vez, porém, o mote da manifestação não eram as mudanças climáticas, mas a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, informa a Folha. Um porta-voz da polícia da Dinamarca disse que seis manifestantes foram detidos na Universidade de Copenhague depois que cerca de 20 pessoas bloquearam a entrada de um prédio da instituição e três entraram no local. O agente não quis informar as identidades dos detidos, mas um porta-voz dos Estudantes Contra a Ocupação, que organizavam o protesto, confirmou que Greta estava no grupo.

 

ClimaInfo, 5 de setembro de 2024.

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