Brasil em chamas 2: incêndios causam perdas de R$ 2 bilhões em SP e seca deve aumentar prejuízos em todo o país

incendios florestais SP
Valter Campanato/Agência Brasil

Balanço do governo paulista indica os impactos da seca e dos incêndios na produção de gado de corte, leite, cana-de-açúcar, frutas e celulose, entre outros.

O impacto econômico da seca e dos incêndios no interior de São Paulo não é pequeno. Um balanço da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do governo paulista estima que os prejuízos agropecuários causados pela intensificação da crise climática já somam R$ 2 bilhões.

Segundo informou a Folha, há impactos nas atividades de gado de corte e leiteiro, cana-de-açúcar, mel e derivados, celulose e extração de látex. O governo de São Paulo afirmou que viabilizou R$ 110 milhões para ações de apoio aos produtores afetados.

As perdas se concentram no setor de cana-de-açúcar. Um levantamento da Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA) indicou que as perdas causadas pelo clima extremo na produção sucroalcooleira em São Paulo já superaram os R$ 1,2 bilhão. Somente entre os dias 23 de agosto e 10 de setembro, o estado registrou 3.000 focos de incêndio que consumiram mais de 181 mil hectares em áreas de cana-de-açúcar e de rebrota de cana. O UOL deu mais detalhes.

No entanto, a perspectiva de médio prazo não é animadora. Sem a expectativa de uma temporada chuvosa abundante no final do ano, a agropecuária brasileira pode acumular mais prejuízos nos próximos meses, o que deve se refletir nos preços no mercado doméstico e no desempenho da economia brasileira em 2024.

Como lembrou Marcos de Vasconcellos na Folha, mesmo com o discurso ainda otimista do governo federal sobre o resultado esperado da economia neste ano, os sinais vão no sentido contrário. “A realidade já bate à porta das empresas da área. Nos últimos 12 meses, as ações das quatro companhias mais diretamente relacionadas ao ramo agrícola na Bolsa tiveram desempenho significativamente abaixo do Ibovespa”, escreveu.

 

ClimaInfo, 17 setembro de 2024.

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