“Sportswashing”: petroleiras gastam bilhões em patrocínios esportivos para limpar imagem

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Esportes de maior destaque, com mais acordos, incluem futebol, automobilismo, rugby e golfe, que têm patrocinadores como Saudi Aramco, Shell, TotalEnergies e a petroquímica Ineos.

O relatório “Dirty Money – How Fossil Fuel Sponsors are Polluting Sport”, lançado pelo think tank climático New Weather Institute (NWI) na 4ª feira (18/9), revela que grandes empresas de petróleo e gás fóssil estão investindo pelo menos US$ 5,6 bilhões no patrocínio de esportes globais, por meio de 205 acordos ativos. Uma tentativa da indústria de combustíveis fósseis de melhorar sua imagem global por meio do “sportswashing” – prática de se associar a eventos esportivos para melhorar reputações prejudicadas.

Os patrocínios da indústria petrolífera vão de esportes a motor, futebol, golfe e até esportes de neve, numa tentativa de “comprar licença social para operar”, destaca o NWI. Quase nenhum esporte com grande público ficou isento do dinheiro do petróleo e gás fóssil. Além disso, estrelas do esporte como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Tyson Fury e Anthony Joshua foram recrutadas com sucesso para passar tempo nos petroestados do Oriente Médio como parte de acordos de patrocínio, explica o Guardian.

O estudo mostra que os esportes de maior destaque, com o maior número de acordos, incluem futebol, automobilismo, rugby e golfe. Entre seus patrocinadores dos combustíveis fósseis figuram a Saudi Aramco (US$ 1,3 bilhão), destacada pelo POLITICO, Shell (US$ 470 milhões), TotalEnergies (US$ 340 milhões) e a gigante petroquímica Ineos (US$ 777 milhões).

“As empresas petrolíferas que estão atrasando a ação climática e jogando mais combustível no fogo do aquecimento global estão usando o velho manual das grandes indústrias de tabaco e tentando se passar por patronas do esporte. Mas a poluição do ar causada por combustíveis fósseis e o clima extremo de um mundo em aquecimento ameaçam o próprio futuro dos atletas, fãs e eventos, desde as Olimpíadas de Inverno até as Copas do Mundo. Se o esporte quiser ter um futuro, precisa se livrar do dinheiro sujo dos grandes poluidores e parar de promover sua própria destruição”, destacou Andrew Simms, co-diretor do NWI.

Forbes, Japan Times e Desmog também repercutiram o “sportswashing” das petroleiras apontado pelo NWI.

 

ClimaInfo, 19 setembro de 2024.

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