A instituição holandesa afirmou que não financiará mais empresas que desenvolverem novos campos de petróleo e gás, como parte de sua estratégia net-zero até 2050.
O banco ING, a maior instituição financeira dos Países Baixos, anunciou nesta 5a feira (19/9) que pretende reduzir ainda mais seu financiamento para empresas de combustíveis fósseis, de forma a viabilizar seu compromisso de zerar suas emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
Em seu relatório climático anual, o banco disse que não financiará mais as chamadas empresas pure-play que desenvolvem novos campos de petróleo e gás. Como a Bloomberg destacou, o banco segue uma promessa anterior de encerrar todo o financiamento de atividades upstream no setor fóssil até 2040.
De acordo com o ING, sua exposição às atividades upstream de petróleo e gás caiu quase 40% no ano passado, para 1,2 bilhão de euros. O banco também afirmou que planeja fechar as portas para o financiamento de novos terminais de gás natural líquido (GNL) depois de 2025.
O Financial Times lembrou que a posição do ING contrasta fortemente com a de outras instituições financeiras, especialmente dos EUA, onde bancos como o Bank of America flexibilizaram algumas metas climáticas ou ficaram relutantes em falar sobre os riscos financeiros das mudanças do clima por conta da pressão de políticos negacionistas. A Reuters também abordou a notícia.
Ainda sobre financiamento privado e clima, a Bloomberg deu mais detalhes de uma análise do Institute of International Finance (IIF), grupo industrial que reúne gigantes como BlackRock e Goldman Sachs, que contesta o que chama de “teoria de mudança centrada em finanças”.
Segundo a análise, a suposição de que bancos, seguradoras e gestores de ativos conseguem influenciar as ações de seus clientes e contrapartes seria ilusória. Isso porque qualquer preocupação com net-zero estaria condicionada aos retornos financeiros dessas aplicações alinhadas com objetivos climáticos.
Essa avaliação contrasta com a movimentação de muitos governos ricos, como o dos EUA, que defendem que as instituições financeiras privadas participem mais ativamente do financiamento climático. O setor, por sua vez, sinaliza que esse envolvimento até pode aumentar, mas o limite seguirá sendo o retorno financeiro dos investimentos ESG.
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ClimaInfo, 20 de setembro de 2024.
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