Lira e ruralistas pressionam por nome de “consenso” para Autoridade Climática

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Ian Stiepcich/ClimaInfo

Crise do fogo coloca luz sobre o Congresso para avançar com a criação da Autoridade Climática, mas sócios da “boiada antiambiental” querem garantir atuação livre.

Os lobos querem dizer quem vai proteger o galinheiro. A bancada ruralista e de seus aliados do Centrão – incluindo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, já se movimentam para interferir na definição do nome que chefiará a futura Autoridade Climática Nacional, cuja criação foi anunciada pelo presidente Lula no início do mês.

Segundo o Valor, Lira sinalizou a aliados que a criação da Autoridade Climática só será viabilizada (ou seja, aprovada) no Congresso se o nome for escolhido em consenso com a maioria dos parlamentares. Para ele, mesmo com a pressão da crise atual dos incêndios em todo o Brasil, ainda há margem para o Legislativo emparedar o governo.

Um dos pontos questionados por Lira e pelos ruralistas é a possibilidade de que a Autoridade Climática fique sob o guarda-chuva institucional do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) – o que, aliás, é o caminho mais óbvio. As viúvas do bolsonarismo defendem que o nome para chefiar o novo órgão seja “técnico”, e que não esteja “alinhado ideologicamente” com o MMA.

O grande interesse do presidente da Câmara e dos ruralistas é criar uma Autoridade que não tenha autoridade alguma. Não que isso seja uma surpresa; afinal, essa turma é a mesma que ajudou o antigo governo a tratorar a política ambiental e deixou o legado que intensifica a crise atual do fogo. Depois de ajudarem a tacar fogo no Brasil, os sócios da boiada antiambiental bolsonarista querem ter o controle da mangueira.

O Metrópoles também abordou a articulação de Lira e dos ruralistas para interferir na Autoridade Climática.

Em tempo: Enquanto boa parte do Brasil é consumida pelas chamas e a outra parte sofre com a fumaça, as comissões de Meio Ambiente da Câmara e do Senado discutem temas de relevância como… homenagens ao sapo-cururu e a guarda compartilhada de animais de estimação. Nada contra o sapo e os pets, mas era de se esperar que o Legislativo estivesse se desdobrando para ajudar no combate ao fogo. Infelizmente, para os nossos parlamentares, o fogo é problema dos outros. A notícia é d’O Globo.

 

 

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ClimaInfo, 20 de setembro de 2024.

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