Sociedade civil denuncia Azerbaijão por repressão pré-COP29

A menos de um mês da COP29, o governo azeri intensificou a repressão contra jornalistas, opositores e ativistas sociais, com acusações falsas e detenções arbitrárias. 
10 de outubro de 2024
Sociedade civil denuncia Azerbaijão por repressão pré-COP29
Rahib Hamidov

Duas das principais organizações internacionais de defesa dos Direitos Humanos se manifestaram nesta semana contra a repressão política realizada pelo governo do Azerbaijão na véspera de receber a 29ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP29), que acontece em novembro. A Anistia Internacional e a Human Rights Watch criticaram a violência das autoridades azeris contra jornalistas, opositores e ativistas sociais no país. 

Segundo a Anistia Internacional, desde que foi confirmado como anfitrião da COP29, o governo azeri intensificou a repressão aos direitos de liberdade de expressão, associação e reunião pacífica. Organizações independentes da sociedade civil foram fechadas e críticos presos sob acusações politicamente motivadas, ou forçados ao exílio. 

A entidade lembra que o governo do presidente Ilham Aliyev, que comanda o país há mais de duas décadas, também agiu dessa forma antes da realização de outros eventos internacionais, como a edição do concurso musical Eurovision de 2012 e os Jogos Europeus de 2015. 

“O Azerbaijão está sediando uma conferência internacional sobre Justiça Climática enquanto ativamente enfraquece os principais pilares do ativismo climático – reprimindo todas as formas de expressão crítica e protestos e desmantelando a sociedade civil local”, afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional. 

Já a Human Rights Watch (HRW) divulgou um novo relatório que identifica 33 casos proeminentes de processos criminais, detenções e assédios politicamente motivados. “O desprezo do governo do Azerbaijão pelas liberdades cívicas está colocando grupos independentes e a mídia crítica no caminho da extinção. Esta não é a imagem que o governo deveria projetar de si mesmo na véspera da COP29”, pontuou Giorgi Gogia, diretor associado da Europa e Ásia Central da HRW. 

As denúncias contra o governo do Azerbaijão reiteram uma das críticas mais contundentes da sociedade civil nos últimos anos de negociações climáticas da ONU. Pelo 3o ano seguido, a Conferência do Clima ocorrerá em um país não democrático, com histórico de violações aos Direitos Humanos e violência contra sua própria população – a COP27 ocorreu no Egito em 2022 e a COP28, nos Emirados Árabes em 2023. 

AFP, POLITICO e NPR, entre outros, repercutiram as denúncias contra as autoridades azeris. 

 

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