Com nova meta climática, Brasil chega à COP29 tentando evitar pendências para a COP30

Sem Lula, a delegação brasileira na COP29 será encabeçada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, ele que também é cotado para a presidência da COP30 em 2025.
11 de novembro de 2024
COP29 mercado de carbono 2
CarbonMarketWatch.org

O Brasil chega à COP29 em compasso de espera para a próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para acontecer daqui a um ano em Belém (PA). Além de destacar a preparação do país para sediar sua primeira conferência climática global, os representantes brasileiros também têm a preocupação de evitar que possíveis pendências das negociações em Baku possam dificultar o trabalho da presidência do país na próxima COP.

No entanto, o time brasileiro começa a COP29 com um desfalque importante – o presidente Lula, que não irá à Baku para a cúpula de chefes de estado e de governo da conferência. O representante máximo do Brasil no Azerbaijão será o vice-presidente Geraldo Alckmin, que chegou ao país nesta 2a feira (11/11), segundo noticiou a CNN Brasil.

Caberá a Alckmin apresentar a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil para o Acordo de Paris, antecipada pelo Palácio do Planalto de forma sorrateira na última 6a feira (8). A tarefa pode ser também uma “entrevista de emprego”, por assim dizer: isso porque o vice-presidente é um dos nomes cotados por Lula para a presidência da COP30 no ano que vem.

De acordo com a CNN Brasil, o Palácio do Planalto quer indicar um “nome forte”, com peso ministerial, para o comando da COP de Belém. A possível indicação de Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), também se encaixaria em uma equação política para 2026, já que existe a possibilidade de ele não ser o vice de Lula nas próximas eleições.

A novela política em torno da presidência da COP30 reflete um dos desafios do Brasil na COP29 de Baku: reforçar a confiança internacional no governo brasileiro, fragilizada nos últimos meses por conta da crise causada pelos incêndios e queimadas na Amazônia e no Pantanal e pelo vai-e-vem em torno da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.

“Considerando que o Brasil se preocupa com ampliar a captação de recursos internacionais para o Fundo Amazônia e mais iniciativas de proteção ambiental, o fogo na Amazônia e no Pantanal pode criar problemas”, argumentou Bruno Hisamoto, especialista do ClimaInfo, ao Estadão

A posição do Brasil no começo das negociações da COP29 também foi destacada pela Deutsche Welle, Exame e Jovem Pan.

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