Biden vê efeitos da seca na Amazônia e promete recursos que podem não chegar

18 de novembro de 2024
Biden efeitos seca Amazônia promete recursos
U.S. Embassy and Consulates in Brazil

Na primeira visita de um presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo à Amazônia, Joe Biden pôde ver de perto o estrago que as mudanças climáticas estão causando na maior floresta tropical do planeta. O sobrevoo de Biden sobre Manaus, de cerca de meia hora, contou com as companhias do conselheiro para clima do governo dos EUA, John Podesta, e do climatologista Carlos Nobre. “Vimos toda aquela área desmatada, degradada, e regiões com incêndios que aconteceram recentemente e aqueles do ano passado, com milhares de árvores mortas”, disse o cientista brasileiro ao UOL.

O helicóptero cruzou o rio Negro e já foi possível notar, segundo Nobre, como o rio está seco, apesar öo nível das águas ter voltado a subir, após mais um ciclo de seca extrema, o segundo seguido, lembra a Folha. “Deu para ver uma área superdesmatada. Na altura do encontro com o rio Solimões, há uma área imensa degradada, e deu para ver dezenas de navios presos na área que secou”, descreve o pesquisador, que disse que Biden ficou impressionado.

Após o sobrevoo e um encontro com lideranças indígenas e pesquisadores no Museu da Amazônia (MUSA), Biden anunciou um investimento de US$ 50 milhões do governo estadunidense para o Fundo Amazônia, informa a CNN.

Jamil Chade lembra no UOL que o dinheiro anunciado para a Amazônia equivale ao envio de um dia de armas para Israel. De acordo com um levantamento da Universidade Brown, o governo dos EUA destinou US$ 17,9 bilhões em ajuda militar para Israel entre outubro de 2023, quando ocorreu o ataque terrorista do Hamas, e outubro de 2024.

No entanto, ressalta o Nexo, a liberação dos recursos depende do aval do Congresso dos EUA que, agora controlado pelos republicanos, e sob o governo de Donald Trump, pode dificultar ou mesmo não autorizar o repasse. Ou seja, o que já era muito pouco pode virar nada.

Num ato final da visita, Biden afirmou à imprensa que ninguém pode reverter a “revolução” da energia limpa no seu país, informa a Folha. Uma clara alusão a seu sucessor, que assume o cargo em janeiro e é um defensor ferrenho da expansão da exploração de combustíveis fósseis.

MetSul, Veja, g1, Agência Brasil e Estadão também noticiaram a visita de Joe Biden à Amazônia.

Em tempo: Olha isso aqui, Biden: o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre , anunciou no domingo (17/11) um investimento adicional de US$ 60 milhões no Fundo Amazônia, informa a Folha. O país é o maior parceiro do fundo de proteção da floresta e já doou mais de US$ 1,26 bilhão à iniciativa desde 2009. Em evento promovido pela Global Citizen no Rio de Janeiro, Støre disse que a Noruega retomou a parceria com o Fundo Amazônia, interrompida na gestão anterior, por considerar que o governo Lula retomou a “direção correta” em políticas ambientais.

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ClimaInfo, 19 de novembro de 2024.

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