Segundo a PF, o diretor-presidente do IPAAM estaria envolvido em um esquema de grilagem, de exploração ilegal de madeira e fraude de créditos de carbono.
Uma operação da Polícia Federal realizada na última 2ª feira (9/12) desarticulou um grupo criminoso que contava com a participação de servidores do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) para alimentar um esquema de grilagem, exploração ilegal de madeira e fraude na geração de créditos de carbono.
Um dos alvos da operação foi o diretor-presidente do IPAAM, Juliano Valente, acusado de envolvimento com o esquema. De acordo com a PF, Valente e outros servidores do IPAAM utilizavam seus cargos para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento.
A Justiça Federal determinou o afastamento de cinco servidores do IPAAM, incluindo Valente. Já o governo do Amazonas formalizou a exoneração do chefe do órgão e informou que se colocou à disposição da PF para prestar as informações necessárias para o esclarecimento dos fatos. Valente comandava o IPAAM desde o começo da gestão do governador Wilson Lima (União Brasil), em 2019.
A operação Expurgare cumpriu ainda 18 mandados de busca e apreensão, inclusive contra a superintendente do Ministério da Agricultura no Amazonas, Dionísia Soares Campos. A PF também prendeu dois servidores do IPAAM – Francielho Araújo Oliveira e Fábio Rodrigues Marques, que já tinham sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que investigou a exploração ilegal de recursos florestais.
A ação é um desdobramento da operação Greenwashing, realizada em julho passado, que mirou o envolvimento de agentes públicos com crimes ambientais na Amazônia. Segundo a PF, o esquema resultou na apropriação indevida de mais de 538 mil hectares de Terras da União, que serviram como lastro para a venda ilegal de cerca de R$ 180 milhões em créditos de carbono nos últimos 10 anos.
A Crítica, Amazônia Real, BNC Amazonas, Folha, g1, ((o)) eco e Poder360, entre outros, repercutiram a notícia.
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ClimaInfo, 11 de dezembro de 2024.
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