
A petroleira britânica BP fechou o ano de 2024 registrando um lucro líquido de US$ 8,9 bilhões. A cifra é bastante polpuda, mas 35% menor que os US$ 13,8 bilhões lucrados em 2023. Queda que foi suficiente para que a companhia anunciasse mudanças em seus planos. O que deve se traduzir em investimentos ainda menores em fontes renováveis e apostas maiores nos combustíveis fósseis. O clima do planeta que espere.
Curioso é que, de acordo com a BBC, a petroleira atribuiu a diminuição de seus lucros no ano passado justamente aos preços mais baixos do petróleo e do gás fóssil. A redução dos lucros da BP em suas refinarias também contou para o ganho menor. No anúncio dos resultados de 2024, o presidente-executivo da BP, Murray Auchincloss, prometeu “uma redefinição fundamental” da estratégia da empresa, relata o New York Times. O executivo não detalhou o que seria tal “redefinição” – que deverá ser detalhada na assembleia de seus acionistas, no fim deste mês –, mas analistas de mercado têm poucas dúvidas de que irá repetir as fórmulas da norueguesa Equinor e da também britânica Shell: menos renováveis, mais energia suja.
Provavelmente a BP reduzirá os gastos em tecnologias de energia de baixa emissão, como eólica e hidrogênio, e tentará aumentar a produção de petróleo e gás. “Nós antecipamos que haverá grandes mudanças na alocação de capital, particularmente em torno de gastos menores na área de baixo carbono”, escreveu Alastair Syme, analista do Citigroup, em uma nota aos clientes na 3ª feira (11/2).
Na linha “É lucro, estúpido!”, o Guardian explica que a BP perdeu a “boa vontade” de muitos investidores desde que iniciou um plano para reduzir sua produção de petróleo e gás fóssil em favor de investimentos bilionários em projetos de energia renovável. Embora tenha recuado de suas ambições totalmente verdes, para alguns, o futuro da empresa parece incerto. Assim como o do planeta, diante das mudanças climáticas causadas principalmente pelo petróleo e gás que a petroleira produz e vende.
Reuters, Financial Times, France24, Wall Street Journal e Bloomberg também repercutiram os resultados financeiros da BP e o provável corte de seus investimentos em renováveis.