As tesouradas de Donald Trump nos Estados Unidos atingiram ao menos um projeto importante do governo federal brasileiro. O governo norte-americano suspendeu uma parceria com o IBAMA para treinamento em prevenção e combate a incêndios florestais, firmada na gestão do ex-presidente Joe Biden em 2021.
O Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil era executado pelo Serviço Florestal dos EUA (USFS), com recursos financeiros da agência norte-americana de ajuda internacional (USAID). Além do IBAMA, a parceria também envolvia a FUNAI e o ICMBio. Com mais de 50 capacitações realizadas durante sua vigência, o programa treinou cerca de 3 mil pessoas, principalmente mulheres indígenas.
A decisão da Casa Branca de desativar a USAID acabou precipitando a suspensão da parceria. Apesar de não envolver repasses financeiros ao Brasil, o trabalho por parte do USFS era financiado diretamente pela agência. No começo do mês, Trump determinou a paralisação das atividades da USAID por 90 dias enquanto analisa o futuro da agência.
Segundo o Estadão, as atividades do projeto estão sendo reprogramadas pelos órgãos brasileiros, que analisarão a possibilidade de manter o trabalho mesmo sem a participação norte-americana. O presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, lamentou a decisão de Trump, mas ressaltou que ela não interfere na capacidade do governo federal de prevenir e combater incêndios florestais no Brasil.
“O trabalho do IBAMA é feito 100% com recursos do orçamento federal. O que eles [EUA] ajudavam era com cursos e ações de intercâmbio”, afirmou Agostinho à Globonews. “Com a USAID, era uma agenda de capacitação, rendeu bons frutos até aqui. Sem minimizar isso, não compromete o trabalho feito pelo IBAMA”.
Agência Brasil, CNN Brasil, g1, Metrópoles, O Globo, Poder360, SBT e TV Cultura, entre outros, repercutiram a notícia.
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