Governo lança Plano Safra com foco em transição agroecológica e quer limitar agrotóxicos

Iniciativa para agricultura familiar receberá R$ 78,2 bilhões; programa de combate a agrotóxicos mira na transição para a produção livre de veneno.
2 de julho de 2025
plano safra 2025 2026
FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

O governo federal anunciou na última 2ª feira (30/6) o maior Plano Safra da história para a agricultura familiar, com R$ 89 bilhões em recursos. Destes, R$ 78,2 bilhões serão destinados diretamente ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), superando os R$ 76 bilhões liberados no ciclo anterior, detalhou a IstoÉ Dinheiro. A prioridade, segundo o presidente Lula, são os pequenos produtores, especialmente os que cultivam menos de 10 hectares.

Apresentada pelo ministro Paulo Teixeira, a estratégia tem como objetivo reduzir o preço dos alimentos, aumentar a produção e fortalecer a segurança alimentar. O presidente Lula defendeu máquinas adaptadas ao tamanho das propriedades e crédito acessível para evitar que os agricultores familiares fiquem fora do mercado.

O Plano Safra para a agricultura familiar mantém ainda taxas de financiamento reduzidas, chamadas pelo ministro Teixeira  de “juros de pai para filho”: 3% ao ano para o cultivo de alimentos básicos e 2% para produção agroecológica. Pequenas máquinas (até R$100 mil) terão juros de 2,5%, enquanto mulheres rurais poderão acessar uma linha exclusiva para quintais produtivos, com devolução de até R$5 mil por meio hectare. Folha, O Globo, g1, Agência Brasil, UOL, Estadão, Zero Hora, Forbes, Canal Rural, Brasil de Fato, entre outros, noticiaram o anúncio.

Já o desafio da transição agroecológica – com produção eficiente, favorável à biodiversidade, sem veneno e com princípios de equidade – ganhou força com o anúncio do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara). Parte do terceiro Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), lançado em outubro de 2023, a política promove pesquisa, inovação e compras governamentais de alimentos cultivados sem agrotóxicos, com foco na inclusão de agricultores familiares, mulheres, jovens, indígenas e quilombolas.

“É um baita avanço o Brasil ter uma legislação que visa a redução de agrotóxicos numa conjuntura em que o mundo inteiro está retrocedendo neste campo. O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo”, afirma Larissa Bombardi, geógrafa e autora do Atlas Geográfico do Uso de Agrotóxicos no Brasil, à Folha. Apesar dos elogios, ela critica lacunas no decreto, como a falta de classificação precisa de agrotóxicos perigosos e a não proibição da pulverização aérea. UOL, InfoMoney, Jornal de Brasília, Brasil 247, entre outros, deram mais detalhes.

Já nesta 3a feira (1/7), o governo federal divulgou o Plano Safra 2025/26, destinando R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial – aumento nominal de R$8 bilhões em relação ao ciclo anterior. Contudo, especialistas alertam que o valor real é provavelmente inferior, devido à inflação e às taxas de juros mais altas. Entre as novidades, o crédito rural de custeio agora exige obrigatoriamente o cumprimento do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), medida que visa a maior segurança e sustentabilidade na produção. Istoé Dinheiro, Agência Brasil, CNN Brasil, Exame, Terra, Globo Rural, entre outros, trataram do Plano Safra Empresarial.

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