Petroleiras em xeque: vitórias animam ativistas climáticos

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A indústria dos combustíveis fósseis começa a semana de ressaca após ver duas de suas principais representantes experimentarem derrotas históricas. Enquanto ativistas climáticos conseguiram apoio de investidores e acionistas para se infiltrar no conselho de administração da ExxonMobil, a Shell foi condenada pela justiça dos Países Baixos a aumentar suas metas de redução de emissões para a próxima década.

Para o Guardian, foi uma “4ª feira sombria” para a indústria do petróleo, um sinal dos problemas que o setor deve enfrentar nas próximas décadas – em particular, a proliferação de ações judiciais mundo afora contra as empresas por conta da crise climática. A Reuters também abordou a notícia por essa perspectiva.

Na mesma linha, o Financial Times ressaltou que os acontecimentos posicionam o público em geral como um ator importante no tabuleiro corporativo da indústria do petróleo – e, consequentemente, uma força crucial para que o setor abandone definitivamente o business-as-usual da queima indefinida de carbono.

Já o Wall Street Journal argumenta que esses fatos impõem às empresas a necessidade de repensar seus investimentos de imediato para evitar que elas sejam atropeladas pelas circunstâncias do mundo sob a crise climática.

A Bloomberg trouxe detalhes dos movimentos de última hora da direção da Exxon para evitar a vitória dos ativistas climáticos na assembleia de acionistas. O resultado final indica uma mudança de humor entre os investidores sobre a questão climática na indústria fóssil – e não há indícios de que isso termine por aqui. Por essa razão, os ativistas climáticos já pensam nos próximos passos para aproveitar o novo momento e avançar com uma agenda de ação dentro dessas empresas.

O grupo de acionistas-ativistas Engine N.1 já afirmou que defenderá dentro da Exxon que a direção da empresa seja cobrada pelo conselho de administração a não apenas ampliar suas metas de redução de emissões de carbono, mas também a diminuir a produção de combustíveis fósseis. Um dos nomes a ser indicado pelo grupo para o conselho da Exxon é de Greg Goff, um experiente executivo na área de petróleo e gás. Segundo a Bloomberg, a escolha indica uma abordagem mais prática por parte dos ativistas, com foco em ações que podem ser tomadas dentro da empresa para melhorar a estratégia climática sem prejudicar (ao menos excessivamente) os interesses dos demais acionistas.

 

ClimaInfo, 31 de maio de 2021.

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