Criminosos invadem reserva e fazem brigadistas do ICMBio como reféns em Roraima

ICMBio ataque Roraima

Um grupo de brigadistas do ICMBio foi alvo de uma emboscada em uma base de operações na Estação Ecológica de Maracá, em Roraima, na última 2ª feira (31/5). Homens armados e encapuzados invadiram o local e levaram equipamentos de garimpo recém-apreendidos, além de cinco quadriciclos e oito motores de popa do próprio ICMBio. Os brigadistas foram tomados como reféns e forçados a levar a carga para embarcações dos criminosos no rio Uraricoera – o mesmo que atravessa a comunidade Yanomami Palimiú, alvo de ataques armados no mês passado. Segundo as vítimas, os criminosos também estavam atrás de agentes de fiscalização, que não estavam na estação naquele momento. Há duas semanas, uma ação do ICMBio resultou na apreensão de parte do material roubado pela quadrilha.

Estadão e Folha destacaram o episódio e lembraram que, na semana passada, o presidente Bolsonaro atacou o ICMBio e disse estar “do lado do pessoal que não é muito chegado no ICMBio, para deixar bem claro”. Curiosamente, a fala foi feita durante live transmitida diretamente da Terra Indígena Yanomami, próxima à reserva atacada, e que vem sendo alvo do garimpo ilegal nos últimos tempos. O Eco também repercutiu a situação e descreveu o temor de fiscais e outros servidores ambientais na região de novos ataques. Para eles, a escalada das tensões dificulta ainda mais o trabalho de fiscalização e de combate a crimes ambientais dentro e no entorno da TI Yanomami.

Em tempo: Falando em proteção ambiental, a Câmara dos Deputados quer votar nesta 4ª feira (2/6), em regime de urgência, um projeto de lei que libera a abertura de uma estrada no meio do Parque Nacional do Iguaçu, no oeste do Paraná. A proposta quer mudar as regras de conservação aplicadas na unidade e criar uma nova categoria de conservação denominada “estrada-parque”, o que permitiria o empreendimento no Parque Nacional. Ambientalistas e especialistas em segurança pública discordam da abertura da estrada, que serviria como vetor para o desmatamento da região e facilitaria outras atividades ilegais, como contrabando e tráfico de drogas na Tríplice Fronteira. O Estadão deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 2 de junho de 2021.

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