Greenpeace pede à UE mudança na classificação de energia nuclear e gás como “verde”

Greenpeace nuclear e gás
Sina Niemeyer / Greenpeace

Oito escritórios regionais do Greenpeace entraram com uma ação junto à Comissão Europeia em Bruxelas pedindo a revisão da taxonomia adotada pela União Europeia neste ano para definir investimentos em tecnologia de baixo carbono. Para eles, a inclusão de fontes energéticas como geração nuclear e gás natural “é incompatível com as leis ambientais e climáticas da UE”, e pode representar um retrocesso aos esforços do bloco europeu para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa no longo prazo.

“O gás é uma das principais causas do caos climático e econômico, enquanto ainda não há solução para o problema dos resíduos radioativos nucleares e o risco de acidentes nucleares é significativo demais para ser ignorado”, alertou Ariadna Rodrigo, do Greenpeace europeu. “Estamos indignados que as pessoas que causaram a crise climática e energética sejam as mesmas que lucram com isso, enquanto as pessoas estão sofrendo. A Comissão Europeia tem responsabilidade e sujou as mãos com a rotulagem do gás e da energia nuclear como verde”.

A inclusão do gás e da energia nuclear dentro da taxonomia de fontes renováveis de energia aconteceu em julho passado, por decisão do Parlamento Europeu. Inicialmente, essas fontes não estavam na relação daquelas que poderiam receber recursos do pacote bilionário de ação climática da UE nos próximos anos. No entanto, a pressão da indústria energética e a crise pela qual a Europa atravessa nos últimos meses por causa da guerra na Ucrânia acabaram fazendo a diferença e dobrando a resistência dos europarlamentares.

Associated Press, Bloomberg e Reuters deram mais informações.

 

ClimaInfo, 20 de setembro de 2022.

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