Governo quer evitar preços altos de passagens aéreas para Belém na COP30

Planalto ainda tenta acordo com hotéis para que valores de hospedagem sejam similares aos do Círio de Nazaré, que atrai milhões à cidade.
4 de maio de 2025
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Pixabay

A seis meses da COP30, o governo corre contra o tempo para tentar resolver gargalos na logística e na infraestrutura de Belém. Além das preocupações com a hospedagem, tanto em relação à disponibilidade de leitos quanto aos valores cobrados, estão no radar os preços das passagens aéreas para a capital do Pará.

Segundo a Folha, o governo quer fechar um acordo com a rede hoteleira do Pará para que as empresas respeitem uma faixa de variação de preços de hospedagens durante a conferência climática baseada no que é praticado no Círio de Nazaré. A festa religiosa, que acontece em outubro, atrai milhões de pessoas para Belém e é um dos pontos altos do calendário turístico do estado.

A enxuta rede hoteleira de Belém é um desafio. A cidade contabiliza um déficit de 14.000 leitos em relação à meta do governo federal e do estado para receber os participantes do evento, explicou a Folha. O gargalo já provocou mudanças na programação da COP30, como a antecipação da reunião de líderes para o começo de novembro.

As autoridades federais ainda monitoram os valores de passagens aéreas, que devem ser negociadas com empresas do setor também levando em conta a realidade do mercado na festa religiosa. Em 2024, mais de 2 milhões de pessoas acompanharam o Círio em Belém.

Mas os gargalos de Belém não param aí. O deslocamento pela cidade é outro problema. O crescimento do número de carros nos últimos anos e a frota antiga de ônibus afetam a circulação na capital paraense, que tem um trânsito caótico, destaca a Folha.

Entre as obras para melhorar o trânsito em Belém e na região metropolitana estão o prolongamento e a duplicação da rua da Marinha e a construção da avenida Liberdade. Ambas são criticadas por ambientalistas pelo impacto em áreas de floresta. O governo do Pará, porém, diz que as obras respeitam a legislação.

As obras para a COP30 continuam à toda na capital paraense, mas o legado para a população ainda é uma incógnita, abordaram Valor e O Globo. Sem falar no temor de que algumas delas não fiquem prontas a tempo da conferência.

O secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira, afirmou que o objetivo das obras é melhorar a infraestrutura da capital paraense. Mais de 30 delas são feitas com recursos federais e estaduais, somando mais de R$ 4,5 bilhões, segundo o governo paraense. A maioria dos projetos já existia no papel, como o BRT Belém, que é de 2012.

Um problema crônico e cuja solução ainda é dúvida é o saneamento básico, sobretudo nas 39 ilhas que representam 65% do território de Belém. No abastecimento de água, diferentemente da área continental da cidade, que na sua maioria é abastecida pela rede de distribuição ligada aos mananciais da Área de Proteção Ambiental (APA) da região metropolitana de Belém, como os lagos Água Preta e Bolonha, grande parte da região insular depende de sistemas de distribuição independentes. A criação de infraestrutura também depende de um planejamento ambiental, explicou a Agência Brasil.

O mesmo problema ocorre com o sistema de esgoto. Na ilha do Combu, por exemplo, uma APA distante apenas 1,5 km do centro histórico de Belém, a maior parte das 596 famílias que lá vivem possui fossa séptica, mas, com o turismo crescente no local, as estruturas existentes acabam não sendo adequadas para atender também os visitantes.

  • Em tempo: Fernando Brandão é advogado de garimpeiros e caçador de javalis, credenciais que deveriam impedir qualquer pessoa de assumir cargos em uma pasta ambiental. Mas o ex-vereador de Sinop (MT), que também é acusado de extorsão, assumiu um posto estratégico na Secretaria de Meio Ambiente do Pará a seis meses da COP30, informou a Repórter Brasil. Brandão foi nomeado coordenador do Núcleo Regional de Gestão e Regularidade Ambiental da secretaria na 4ª feira (30/4), por indicação do deputado estadual Wescley Tomaz (Avante), de quem é próximo. Ele terá responsabilidade direta sobre licenciamento ambiental, fiscalização e regularização de atividades que impactam a Floresta Amazônica. Entre elas, a autorização de garimpos em áreas estaduais nos municípios de Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis, Trairão e Aveiro.

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