Secretário detalha plano de hospedagem de negociadores para a COP30

Valter Correia detalhou para embaixadas o plano do governo para garantir hospedagem para as delegações da COP em Belém.
24 de julho de 2025
secretário detalha plano de hospedagem de negociadores para a cop30
Marina Pontes / COP30

O secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, se encontrou na última 3a feira (22/7) com representantes de embaixadas estrangeiras em Brasília para detalhar o novo plano do governo federal de garantia de hospedagem aos negociadores que participarão da Conferência de novembro em Belém. Segundo ele, a organização da COP assegurou a reserva de 2,5 mil quartos individuais, com diárias de US$100 a US$600.

De acordo com o plano, os quartos serão oferecidos em duas etapas, priorizando os representantes de 73 países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares. Nessa primeira etapa, poderão ser reservados até 15 quartos por delegação, com diárias entre US$100 a US$220. Já as delegações dos demais países terão direito a reservar até 10 quartos, com custo entre US$230 e US$600 por dia.

Como a Folha assinalou, as reservas serão feitas na plataforma online lançada neste mês. Ao todo, a plataforma deve ofertar mais de 28 mil quartos. As acomodações incluem hotéis (7,9 mil quartos e 14,3 mil leitos), navios (3,9 mil quartos e 5 mil leitos), imóveis privados (16,5 mil quartos e 25 mil leitos) e “outras soluções”, como motéis e hospedagens temporárias (1,3 mil quartos e 10,5 mil leitos).

“Nós queremos que todos os valores sejam acessíveis. Estamos trabalhando muito para isso”, destacou Correia. “Nós fizemos várias reuniões com a rede hoteleira e com as imobiliárias. Estamos colocando os melhores imóveis com os melhores preços neste momento”.

O plano deve ser a última cartada do governo federal para aplacar a frustração dos negociadores com a baixa oferta e os altos preços de hospedagem em Belém. Em entrevista a Um Só Planeta, o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) Alexandre Sampaio afirmou que “não existe mais nada a ser feito” além dos esforços já empreendidos para resolver a questão.

“Todas as possibilidades foram esgotadas, incluindo os dois navios contratados. Os financiamentos para os hotéis em construção foram estruturados e aproveitados. Os preços aviltantes foram mitigados pela ação da SENACON e do Ministério Público, por meio da assinatura de um TAC que determina aos estabelecimentos disponibilizarem 20% de sua capacidade ao comitê organizador, com valores adequados”, observou.

Enquanto isso, começaram nesta semana os trabalhos de montagem da zona oficial da COP30 no Parque da Cidade. A estrutura da “Blue Zone” abrigará as plenárias, as salas de negociação, os pavilhões e escritórios das delegações e observadores, além das estruturas de serviço, como alimentação. Segundo a CNN Brasil, a Blue Zone ocupará cerca de 160 mil m2 dentro de um perímetro de segurança de 240 mil m2.

Exame, O Liberal, Poder360 e SBT, entre outros, repercutiram o encontro de Correia com as embaixadas em Brasília.

  • Em tempo 1: A COP30 tem que conseguir restaurar a confiança dos países em desenvolvimento e das pessoas em geral no processo de negociação climática da ONU. Esse é o desejo da portuguesa Mafalda Duarte, presidente do Fundo Verde do Clima (GCF), o maior fundo climático multilateral do mundo. Em entrevista ao Valor, Duarte defendeu o foco na implementação dos compromissos já firmados como um caminho para os países acelerarem as ações climáticas. “Belém deveria ser uma COP de accountability. É voltar aos compromissos que se fizeram e fazer um balanço”, assinalou.

  • Em tempo 2: Para o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, a COP30 pode ter a relevância da Rio-92 se conseguir entregar dois “mapas do caminho” para o futuro - um que aponte a direção a ser tomada pelos países para abandonar os combustíveis fósseis, e outro para viabilizar o financiamento climático aos países mais pobres e vulneráveis. Como ele mesmo reconheceu à jornalista Míriam Leitão n’O Globo, o primeiro é mais difícil; já o segundo, é mais viável. “Acho que a solução, inclusive, que o Brasil tem proposto, o embaixador [André] Corrêa do Lago já falou sobre isso, é propor uma espécie de mapa do caminho para chegar lá [US$300 bilhões anuais em recursos públicos e US$1,3 trilhão com outras fontes até 2035], como uma oferta para uma discussão futura”, destacou.

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