Um raio-x da pecuária ilegal na Amazônia brasileira

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Desde a chegada ao poder de Bolsonaro, pecuaristas e grileiros intensificaram esforços para se apropriar ilegalmente de terras em áreas protegidas na Amazônia brasileira e criar bovinos nelas. A Anistia Internacional documentou esse processo em duas reservas extrativistas (Rio Jacy-Paraná e Rio Ouro Preto, ambas em RO) e em três Terras Indígenas (Manoki, no MT; e Karipuna e Uru-Eu-Wau-Wau, ambas em RO) do bioma. Em todos os locais visitados, investigadores da Anistia encontraram rebanhos sendo criados de maneira ilegal.

De acordo com o relatório da Anistia, os indicadores da expansão da atividade pecuária ilegal na Amazônia incluem a abertura de novos caminhos e estradas na floresta; desmate, queima e cercamento de áreas de floresta; e introdução de bovinos em novas áreas. Enquanto o relatório cobre apenas essas cinco áreas visitadas, a Anistia está investigando a tendência mais ampla de intensificação da pressão sobre Áreas Protegidas devido à pecuária bovina ilegal.

O relatório documenta também o impacto das atividades pecuárias ilegais sobre os meios de subsistência dos moradores das Reservas Extrativistas e das Terras Indígenas. Segundo a Anistia, em quatro das cinco áreas visitadas, as apropriações ilegais foram acompanhadas por ameaças e atos de intimidação contra os que se opuseram a elas, entre eles Povos Indígenas, comunidades tradicionais e agentes governamentais. Na outra área, em Jacy-Paraná, não houve registros deste tipo de episódio, porque quase todos os moradores já foram expulsos da reserva.

 

ClimaInfo, 27 de novembro de 2019.

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