AS MELHORES CIDADES PARA A INSTALAÇÃO DE TETOS SOLARES
O tempo de retorno de um sistema fotovoltaico residencial depende, além do preço do equipamento, da insolação e da tarifa da distribuidora local. A Comerc Energia cruzou insolação e tarifas e concluiu que os fluminenses de Niterói são os maiores privilegiados, conseguindo pagar a instalação em menos de 3 anos. Outro bom lugar para o solar é Teresina, onde o tempo de retorno também fica abaixo de 3 anos. O Rio de Janeiro fica em 8o no ranking das capitais, com retorno em 3,2 anos, São Paulo fica na 24a posição. Mas, atenção, as tarifas são reajustadas anualmente e uma distribuidora que pratica uma tarifa baixa num ano, pode ter um reajuste alto no ano seguinte. O melhor é analisar o histórico das tarifas (e tentar adivinhar) seu comportamento nos 3 ou 4 anos seguintes.
Aproveitando, certas categorias de consumidores, como os rurais e os de baixa renda, têm tarifas fortemente subsidiadas e demoraria muito tempo para a economia de energia pagar uma instalação fotovoltaica.
https://oglobo.globo.com/economia/petroleo-e-energia/saiba-onde-mais-vantajoso-instalar-energia-solar-residencial-23000471
BNDES CRIA NOVA LINHA PARA FINANCIAR ENERGIA SOLAR
O BNDES está para lançar uma nova linha de financiamento voltada à energia fotovoltaica. A Finame Energias Renováveis terá um orçamento de R$ 1 bilhão e começará oferecendo o crédito somente para empresas. O custo, composto pela TLP mais o spread do Banco e o dos repassadores, deve ficar em torno de 15% ao ano, com um prazo de 10 anos para o pagamento. Ao mesmo tempo, o Banco está tentando captar R$ 200 milhões do Fundo Clima para abrir a linha também para pessoas físicas. Com o subsídio do Fundo, a taxa de juros final, já incluindo a remuneração do agente repassador, ficaria entre 4,0% a 4,5% ao ano, com carência de três a 24 meses e prazo total de pagamento de 12 anos. Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, acredita que o crédito é fundamental para aumentar as instalações e que, nas condições previstas, será possível pagar o empréstimo com a economia obtida na conta de luz.
SISTEMA ELÉTRICO DEVE CENTENAS DE MILHÕES À PETROBRAS E A USINAS DE CANA-DE-AÇÚCAR
A imensa confusão das contas do sistema elétrico continua nos jornais. Ontem, foi noticiado que a Petrobras e as muitas usinas de açúcar e álcool não estão conseguindo receber pela eletricidade que entregaram ao sistema. Para recordar, em 2014 choveu bem menos que o normal no Sudeste e as hidrelétricas não tiveram água suficiente para gerar a energia contratada. Tiveram que ir ao mercado spot para comprar a energia faltante. Além disso, o Operador Nacional do Sistema decidiu poupar água e acionou as térmicas (bem mais caras), aumentando ainda mais a quantidade de energia que as hidrelétricas tiveram que comprar no livre. Com toda essa demanda, o preço no mercado spot disparou e abriu um rombo de bilhões nas contas das geradoras que, por entender que não devem arcar com o prejuízo, entraram com uma série de liminares na justiça. Com isso, muitos dos que entregaram a energia no mercado spot, ficaram sem receber. A união da indústria de cana-de-açúcar (Unica) estima que o sistema deve cerca de R$ 300 milhões às usinas que geraram e entregaram eletricidade. A Petrobras, dona das térmicas, também tem a haver. Para resolver o imbróglio, é necessária uma posição clara do governo indicando mudanças da regulação para dar conta desta situação e evitar que ela se agrave. E a justiça precisaria acelerar a apreciação dos processos. Dado que o cacife do governo está abaixo da margem de erro das pesquisas eleitorais, o rombo tende a aumentar e o caso a se prolongar até o próximo ano. Claro que os dois mais prováveis candidatos a bancar o prejuízo são o consumidor e o contribuinte.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL CRIA FORÇA-TAREFA PARA COMBATER “MACROCRIMINALIDADE” NA AMAZÔNIA
A Procuradoria Geral da República acaba de criar a força-tarefa Amazônia, que contará inicialmente com seis procuradores da República lotados em estados da Amazônia Legal para atuar no combate à mineração ilegal, ao desmatamento, à grilagem de terras públicas, à violência agrária e ao tráfico de animais silvestres. A FT surgiu de demandas da sociedade civil e terá prazo de 18 meses para atuar.
FLORESTA AMAZÔNICA PRÓXIMA DO BALANÇO ZERO DE CARBONO
Do workshop sobre a floresta amazônica da semana passada vem uma nota impactante: “a floresta amazônica, que até alguns anos absorvia carbono em quantidades muito significativas, do ponto de vista de balanço de carbono total, reduziu essa capacidade e hoje está chegando a zero… Em um cenário futuro de mudanças climáticas, em que eventos extremos de secas e grandes inundações são mais frequentes, é possível que a floresta comece a perder carbono para a atmosfera”. Vinte anos atrás, o balanço de troca de carbono da floresta pendia para uma remoção da atmosfera de meia tonelada de carbono por hectare. Hoje, esse balanço é quase nulo. A esse alerta, se junta a dos renomados cientistas Carlos Nobre e Thomas Lovejoy, que alertam para o desmatamento estar levando a floresta a ultrapassar um limiar a partir do qual perde sua resiliência e altera o ciclo hidrológico de modo irreversível.
A SHELL, INTERESSADA NAS EÓLICAS DA ELETROBRAS, NÃO CONTOU A SEUS ACIONISTAS O QUE SABIA SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL
Duas notícias recentes e interessantes envolvem a Shell. A empresa está de olho no leilão de ativos da Eletrobras, em especial na carteira de participações em eólicas; a Eletrobras deve se desfazer em breve de suas posições minoritárias em 71 SPEs (sociedades de propósito específico). Isto se alinha ao apetite para renováveis que a gigante petroleira tem demonstrado neste ano.
A outra notícia retoma as descobertas de documentos da empresa, confirmando que ela tinha ciência sobre o aquecimento global e do papel dos combustíveis fósseis. O ponto é que, até há pouco tempo, a empresa escondeu dos seus próprios acionistas este conhecimento e os riscos ao negócio que o aquecimento global traria.
ÓLEOS DO PRÉ-SAL E DO FRACKING DOS EUA TÊM CUSTOS SEMELHANTES
Para a BP, a exploração do pré-sal já virou tecnologia de prateleira e seus custos se equiparam ao da exploração de óleo de folhelho por meio do fracking nos EUA. O pré-sal passou a ser considerado de baixo custo, situando-se entre US$ 30 e US$ 50 por barril. Há três anos, as estimativas eram sempre superiores a US$ 50. Mais um obstáculo à quem defende que os fósseis precisam permanecer enterrados sob pena do aquecimento global sair definitivamente do controle.
https://www.valor.com.br/empresas/5762239/bp-ve-custo-de-exploracao-do-pre-sal-competindo-com-xisto
A AGENDA TRUMP PARA “MAKE COAL GREAT AGAIN”
Na 2a feira, o chefe interino da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) assinou uma proposta que enfraquece a regulamentação das usinas a carvão. Os números da própria EPA mostram que a proposta pode levar a até 1.400 mortes prematuras por ano até 2030. Na noite de 3a feira, Trump disse a seus apoiadores que”estamos colocando nossos grandes mineiros de carvão de volta ao trabalho”. O New York Times (NYT) checou as afirmações de Trump e, aparentemente, suas ações podem ajudar algumas usinas a carvão no curto prazo, mas não conseguirão, ainda, salvar a indústria do carvão. Esta impressão inicial foi confirmada pela consultoria S&P Global: “apesar das novas regras da EPA, as geradoras seguem firmes nos seus planos de aposentadoria da geração a carvão”. O NYT publicou, também, um perfil de William Wehrum, o ex-advogado do setor carbonífero que hoje lidera a área atmosférica da EPA, mesmo tendo passado grande parte da última década lutando contra as regras para a poluição do ar do seu atual empregador.
https://www.nytimes.com/2018/08/17/climate/trump-clean-power-rollback.html
https://www.nytimes.com/2018/08/20/climate/epa-clean-power-rollback.html
https://www.nytimes.com/2018/08/21/climate/epa-coal-pollution-deaths.html
https://www.nytimes.com/2018/08/21/us/politics/trump-fact-check-west-virginia-rally.html
https://www.nytimes.com/2018/08/22/climate/trump-coal-industry.html
https://www.nytimes.com/2018/08/19/us/politics/epa-coal-emissions-standards-william-wehrum.html
AS EMISSÕES DA ÍNDIA PODEM DOBRAR ATÉ 2030
Analisando uma série de projeções das emissões de carbono futuras da Índia, os pesquisadores Navroz Dubash e Ankit Bhardwaj concluíram que estas podem, no máximo, dobrar até 2030. Para eles, a compreensão do como as condições nacionais afetarão as promessas feitas ao Acordo de Paris pode ser difícil, mas é muito importante, especialmente para países em desenvolvimento e em rápida mudança, como a Índia. O país está em meio a múltiplas transições na demografia e no acesso à energia, por exemplo, o que exige “avaliar como as emissões serão afetadas pelos objetivos nacionais de desenvolvimento, como o acesso à energia”.
Em outro artigo, Tim Buckley e Kashish Shah contam que, em 2010, os indianos planejavam acrescentar mais 600 GW térmicos, quase tudo movido à carvão. Este número fez os conservadores australianos babar com a possibilidade de aumento da exportação de carvão. Só que a realidade é bem outra. Entre o ano “dourado” de 2010 e hoje, a Índia cancelou ou arquivou 573 GW à carvão. Só nos últimos 6 meses, foram cancelados 24 GW, o que corresponde à metade da capacidade instalada em toda a Austrália. Isto não contradiz o primeiro artigo citado, posto que as térmicas existentes continuarão despejando poluição e gases de efeito estufa, e posto que ainda tem muita usina a ser construída. Mas sinaliza que o carvão não mais crescerá como antes. Está chegando o dia em que não haverá nenhuma nova térmica a carvão começando a ser construída.
https://www.carbonbrief.org/guest-post-indias-emissions-will-double-at-most-by-2030
http://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/aacc74
https://reneweconomy.com.au/india-coal-project-cancellations-snowballing-77501
PROVÍNCIA DA AUSTRÁLIA DO SUL CHEGARÁ A 100% DE FONTES RENOVÁVEIS EM 2025
Projeções do Operador do Mercado Australiano de Energia indicam que a província será suprida só por renováveis até 2025. As previsões são de um crescimento acelerado da energia solar, tanto em telhados como em centrais, e que, a partir de 2024, quase não haverá térmicas a gás operando por lá. A matriz elétrica, então, será composta por eólicas, solar, biomassa e muita bateria para armazenamento. As projeções do governo conservador são hilárias. Apontam para o mesmo crescimento forte das renováveis até chegar a suprir 80% da demanda em 2022. Mas depois disso, não aparece mais nenhuma eólica e nenhuma solar, como se o embalo renovável desaparecesse num passe de mágica. Mesmo com os custos caindo e as muitas declarações de investidores no sentido de aumentar cada vez mais a oferta de fontes limpas.
Para ir ou assistir hoje
FINANCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA AGENDA SUSTENTÁVEL
Acontece hoje o seminário com representantes da sociedade civil, instituições financeiras, universidades e autoridades públicas que se reunirão para debater modelos de desenvolvimento e grandes obras de infraestrutura na Amazônia, políticas de responsabilidade socioambiental de instituições financeiras, novas fontes e novos arranjos no financiamento de infraestrutura, e outras iniciativas inovadoras de financiamento de infraestrutura com inclusão social e sustentabilidade ambiental, a partir de iniciativas de organizações comunitárias.
Hoje, 24 de agosto, das 8h30 às 18h30, no Centro de Convenções Israel Pinheiro em Brasília.
Mais informações no 1o link. O evento será transmitido pela plataforma zoom no segundo link.
https://www.even3.com.br/finamazonia
https://zoom.us/webinar/register/WN_IYuEkDrYSK21k4f1aZiNrw
Para assistir, baixar e ler
QUANTO VALE O VERDE: A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BRASILEIRAS
Palestra sobre o estudo coordenado por Rodrigo Medeiros, da CI Brasil, e Cadu Young, da UFRJ, sobre a falta de investimento nas nossas unidades de conservação que nos fazem perder oportunidades concretas de geração de empregos, renda e riqueza por meio do uso sustentável dos biomas.
Segunda-feira, 27 de agosto, das 16h40 às 18h30, na sala 102 do Instituto de Economia da UFRJ.
O livro pode ser baixado gratuitamente nos links abaixo.
https://www.conservation.org/global/brasil/Documents/Quanto%20vale%20o%20verde_com%20capa.pdf
https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2018/08/Livro-Quanto-vale-o-verde.pdf
https://www.conservation.org/global/brasil/Documents/Quanto%20vale%20o%20verde_com%20capa.pdf
Para ver
MAPA MUNDI DAS ONDAS DE CALOR E DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS
O site Axio montou um mapa do hemisfério norte para mostrar a progressão diária das ondas de calor representadas por pontos nos locais onde a temperatura bateu recordes. A animação vai de maio a julho deste ano.
E o Greenpeace montou um mapa para mostrar os locais onde o satélite norte-americano ‘Suomi NPP’ detectou excesso de infravermelho, o que indica a ocorrência de um incêndio de grandes proporções com resolução de 375 metros. O tamanho do ponto indica o tamanho do incêndio. Dá para localizar os incêndios florestais na Califórnia e na Europa, assim como as queimadas de pastagens e lavouras no sul da África.
https://unearthed.greenpeace.org/2018/08/10/california-wildfires-nasa-satellite-map/
Para ler
THE POLITICS OF FOSSIL FUEL SUBSIDIES AND THEIR REFORM
Editado por Jakob Skovgaard e Harro van Asselt, para a Cambridge University Press.
Os subsídios fósseis sugam orçamentos públicos e aumentam a concentração de gases de efeito estufa e a poluição na atmosfera. Apesar dos compromissos internacionais para eliminá-los e da indicação dos muitos benefícios que esta eliminação traria, eles continuam quase que onipresentes. O livro explora o dilema, descrevendo as políticas de subsídios no mundo todo e como poderiam ser reformadas. Pode ser baixado no link.
Para ir
DESAFIOS DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA
A Climate Policy Initiative (CPI), do Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio, desenvolveu um estudo que analisa a eficiência energética a partir de dados ao nível de empresa para 106 setores industriais entre 2002 e 2015 no Brasil. Ao formular e quantificar a questão à luz da recente literatura econômica, o projeto apresenta evidências sobre as possibilidades de ganho de eficiência no uso da energia elétrica pela indústria brasileira.
4a feira, 29 de agosto, das 10h às 12h30, no Hotel Prodigy Santos Dumont – Av. Almirante Sílvio de Noronha, 365, no Rio de Janeiro.
Inscrições e programa no link.
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeHY5TPg19ewRqYt_r049QM7_lFDonFvqcNnoIFNmi1rYsBHg/viewform
Para ir
EVENTO TNS SANTANDER – AMAZÔNIA
A TNC e o Santander promovem um debate sobre a Amazônia, com um painel sobre infraestrutura, que reflete uma vertente do trabalho da organização voltado à relação com empresas, que visa encontrar um “caminho do meio” na busca pela conservação e o respeito aos direitos na região, em especial, no Tapajós.
Dia 3 de setembro, no espaço do Santander, em São Paulo.
Mais informações e inscrições, enviar mensagem para o e-mail abaixo.
Para fazer o curso
YCL – YOUTH CLIMATE LEADERS
O curso YCL BRASIL foi vencedor do prêmio MIT Climate CoLab e a organização foi reconhecida pela Fundação Obama e a ONU Meio Ambiente. Devido ao grande interesse de candidatos brasileiros pela imersão do YCL, foi criado um curso no Brasil, cuja primeira turma iniciará no final de setembro de 2018.
O programa terá duração de 7 semanas, sendo 2 encontros aos finais de semana e 5 encontros nos dias de semana, sempre às quintas-feiras. Algumas atividades aos finais de semana serão fora da cidade de São Paulo, iniciando às sextas a noite, com o término no almoço de domingo. As atividades durante a semana ocorrerão em São Paulo, nas noites de quinta-feira, na região da Faria Lima. Ao completar o curso no início de novembro, os participantes formados passarão a integrar a rede internacional do YCL, tendo acesso exclusivo a oportunidades de intercâmbio profissional, vagas de emprego e mentoria.
Vagas limitadas e inscrições abertas até o dia 8 de setembro.
Materiais de apoio e o site oficial no link.
http://youthclimateleaders.org/cursobrasil18
Para salvar a data
EMPREENDEDORES E NEGÓCIOS DE IMPACTO NA AMAZÔNIA
O Fórum sobre Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia é um novo espaço de diálogo entre empreendedores, ONGs, startups e investidores que busca fortalecer o ecossistema de finanças sociais e investimentos de impacto na Amazônia. Durante o Fórum, será realizada a entrega do Prêmio Empreendedor PPA.
Programação e inscrições serão anunciados em breve.
Dias 13 e 14 de novembro, em Manaus.
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