Petroleiras continuam a aumentar produção e a ter prejuízos com o óleo e o gás de folhelho

No início da produção via fracking nos EUA, os pequenos produtores tomaram todo o risco e alguns conseguiram lucros respeitáveis, enquanto a maior parte simplesmente quebrou por ter tomado dívidas demais em comparação ao retorno obtido nas operações. Nos últimos tempos, as grandes petroleiras, principalmente a Exxon e a Chevron, entraram para valer. Só que, embora estejam extraindo até mais petróleo e gás do que o previsto, e embora o preço do barril de petróleo tenha subido em relação a 2017, os elevados custos de produção fazem os lucros continuarem inexistentes. Segundo uma matéria da Oil Price, analistas dizem que as petroleiras continuam a repetir o mesmo velho refrão “esperem até o ano que vem”.

Enquanto isso, a Shell busca encontrar um lugar ao sol no futuro livre de combustíveis fósseis. Kelly Gilblom, da Bloomberg, faz uma comparação curiosa: “A entrada da Shell no mundo elétrico em escala global é como se o McDonalds se tornasse o maior fornecedor de alimentos saudáveis – mesmo já tendo uma clientela que quer mais Big Macs.” Para Gilblom, analistas e investidores importantes ainda não acreditam que uma petroleira possa se tornar uma operadora no mundo da eletricidade – algo como a Petrobras se transformar na geradora eólica do país. No entanto, aparentemente, a Shell entende que este é o único futuro viável para a corporação.

 

Boletim ClimaInfo, 7 de março de 2019.