Retrocedendo a passos largos no controle ambiental do Ibama

Suely Araújo e Fabio Feldmann defendem a permissão da conversão de multas do Ibama em serviços ambientais estratégicos como um avanço. O governo passado havia escolhido a bacia do rio São Francisco como o primeiro eixo estratégico para a aplicação destes recursos. Foram feitas licitações para projetos e uma parte dos escolhidos foram propostos por organizações da sociedade civil. Para Suely e Fabio, isso bate de frente com o discurso governamental que ataca as ONGs e bate de frente, também, com as tratativas do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, quem quer pura e simplesmente eliminar a possibilidade de conversão. Como o governo não tem dinheiro, as ações estruturantes vitais para o país e as populações da região ficaram para um eventual próximo governo que entenda ser este um modelo importante para o desenvolvimento regional.

Já que estamos falando de multas ambientais, vale registrar que, neste começo de ano e de governo, o Ibama aplicou o menor número de multas desde 1995. É lícito supor que a quantidade de infrações, se mudou, foi para cima. Pelo jeito, as ameaças explícitas feitas desde a campanha estão surtindo efeito, levando-nos a esperar novos acidentes ambientais.

 

Boletim ClimaInfo, 7 de março de 2019.