Para Salles, a proteção do ambiente emperra o desenvolvimento

O ministro do meio ambiente Ricardo Salles fez várias críticas às atuais políticas ambientais em uma palestra: “Até quando vamos nos curvar a uma pauta imposta, sem fundamento, que precisamos pôr restrições ao desenvolvimento, à agricultura, e que acabam tolhendo nossa agenda de desenvolvimento” – “impostas” talvez pelas fantasiosas ONGs financiadas e manipuladas pelos concorrentes internacionais; “sem fundamento” talvez porque o ministro não as tenha lido ou entendido do que se trata. Salles ainda disse que o agronegócio enfrenta grandes dificuldades para obter as licenças ambientais. Pelo tom, era de se esperar que fosse dedicar mais do seu tempo ao agronegócio. Mas não, passou a falar dos graves problemas de saneamento nas cidades e que priorizará ações para saneá-los: “A ausência de investimento nesse setor é a prova do nosso subdesenvolvimento”, concluiu. Assim, Salles prefere cuidar do que não é seu, já que o saneamento é de responsabilidade do ministério do desenvolvimento regional. E, naquilo que é seu, prefere delegar para subordinados. Ele basicamente nomeou o presidente do Ibama, para representá-lo no Conselho Nacional de Política Energética, onde se discute as grandes hidrelétricas, a política nuclear e a exploração de petróleo no pré-sal e em terra. Afinal, nenhum destes temas gera impactos ambientais significativos, não é mesmo?

 

ClimaInfo, 9 de abril de 2019.