Ao se contrapor, em artigo publicado no Valor, à agenda de atraso que vem do planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mostra que a responsabilidade do Congresso aumentou. Ele escolhe como alvos os retrocessos nas áreas do meio ambiente e da educação: “Somos potência ambiental do planeta. É impensável e irresponsável deixar que esse diferencial competitivo se converta em fonte de problemas para a imagem do país no exterior, de boicotes comerciais decorrentes de cobranças externas por transparência e assertividade na forma de lidar com a preservação do patrimônio ambiental.” Maia afirma que o meio ambiente não é entrave ao desenvolvimento e, portanto, “aprimorar o marco regulatório do licenciamento ambiental não é retrocesso”.
Mas a artilharia pesada foi guardada pelo presidente da Câmara para a área da educação, em especial para as declarações de ministro e presidente sobre as ciências humanas. Além de explicar porque as humanidades são imprescindíveis para o desenvolvimento do país, Maia aproveita para dar uma aula de política: “quando partidários de correntes antagônicas de opinião colidem no ringue educacional, o alto preço dos embates é pago por toda a sociedade. Intervir nesse embate paralisante é necessário, urgente e dialoga com a contemporaneidade. Pôr a Educação no centro de todas as ações é fazer Política com sabedoria e responsabilidade.” Ele aproveita para desbancar a ‘escola sem partido’ afirmando que esta é uma “obsoleta e inútil tentativa de criar um gueto”, e dá uma recomendação: “fixar os olhos no retrovisor em vez de contemplar o horizonte e buscar soluções para o futuro encarando de frente os desafios do presente pode ser erro fatal.” Josias de Souza, da Folha, comentou o artigo.
Aproveitando o assunto, o corte de verbas da educação começou a provocar protestos de alunos e pais. Quanto às Ciências Humanas, universidades de todo o mundo estão assinando manifestos em protesto.
Mais não seja, manifestos têm pelo menos cancelado viagens ao exterior.
ClimaInfo, 8 de maio de 2019.