Nos primeiros oito meses do governo Bolsonaro, a gestão da política ambiental praticamente parou. A análise orçamentária do Ministério do Meio Ambiente feita por Giovana Girardi, no Estadão, mostra que foram empenhados, até o dia 6/9, somente R$ 1,17 milhão para os objetivos principais da pasta, o planejamento de políticas e seu gerenciamento. No ano passado foram empenhados R$ 35,6 milhões para o mesmo fim.
Suely Araújo, ex-presidente do Ibama, disse que “problemas no início da gestão são esperados, mas não a baixíssima execução nas ações finais.” Para ela, “os recursos do MMA para suas próprias atividades não pesam tanto no orçamento federal, deveriam estar liberados e com a execução em dia.”
João Paulo Capobianco, ex-secretário-executivo do ministério, disse que “essa baixa execução foi precedida da extinção do departamento que comandava o controle do desmatamento. Parece que a pasta perdeu a capacidade gerencial do problema. O governo ignorou alertas do DETER e só aplicou 7,5% do pouco recurso que tinha até agora para políticas de desmatamento. Então, a alta que estamos vendo no campo não pode ser considerada como um incidente. Só poderia dar nisso.”
Vale a leitura do artigo completo para entender o desmonte da política ambiental feito por Ricardo Salles e Jair Bolsonaro.
Na Folha, o ministro Salles afirmou: “Nós falhamos na comunicação. Esse é o ponto mais importante. A comunicação das ações, daquilo que estava sendo feito e tudo mais.”
Posto que o que foi feito variou entre o ‘nada’ e ‘o sentido contrário’, a única comunicação possível é mesmo a feita pelo governo: negar os dados, demitir funcionários e mentir.
ClimaInfo, 12 de setembro de 2019.
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