Bolsonarismo deveria seguir exemplo de Francisco

Francisco

Do jornalista Marcelo Godoy, no Estadão, sobre as relações entre a Igreja e o governo Bolsonaro: “Francisco faz o aggiornamento da Igreja em um mundo em que a questão climática assume urgência planetária. Ao lado da pedagogia dos oprimidos, busca-se a ‘unidade do Povo, nessa assembleia divina e humana pela qual os bispos são responsáveis e a quem a Igreja deve servir’. A Igreja quer dar voz aos despossuídos. Assim, ela procura exorcizar ‘o perigo de uma sociedade fundamentalmente dividida e abalada pelos conflitos’. E são muitos os que dividem os Povos na Amazônia. Francisco vai atrás da miragem do social uno e harmonioso.”

Godoy, então, vai no cerne do engano: “Bolsonaro diz que os estrangeiros que falam sobre a Amazônia estão interessados apenas em seus metais. O papa se preocupa com as almas. Querer reduzi-lo a um mero dado empírico da polarização dos dias atuais é desconhecer a Igreja e a forma como ela se relaciona com o mundo moderno. Incapaz de deixar sua lógica binária, o bolsonarismo acusa o papa de esquerdismo. Vive preso às categorias de pensamento do passado. Terá assim algum futuro? A Igreja se atualiza. E extrai do passado e do presente o seu futuro entre os homens.”

 

ClimaInfo, 08 de outubro de 2019.

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